Alegria, alegria! Dez dias sem sofrer com o Palmeiras

Um ano feliz. Logo de cara, uma contratação atrás da outra. "Chapéu" nos rivais: Dudu é do Palmeiras! Zé Roberto, Cleiton Xavier, Arouca... Time bom, clube voltando a ser respeitado!



Janeiro acabou e os meses seguintes continuaram empolgantes. Allianz Parque sempre lotado. Número de sócios-torcedores crescendo sem parar. Robinho encobrindo Rogério Ceni e goleada no São Paulo. Poderoso Timão? Eliminado em Itaquera, como nos velhos e bons tempos de São Marcos e companhia! O título paulista não veio, é verdade, mas há quanto tempo o Palmeiras não disputava o estadual de igual pra igual com os maiores rivais?



Quando a alegria começava a ir embora, a diretoria fez o que boa parte da torcida queria: Oswaldo de Oliveira foi demitido e Marcelo Oliveira, atual bicampeão brasileiro, foi contratado! Sequência de vitórias, Palmeiras quase no topo da tabela... dá até pra sonhar com o título!



Não, não deu. O título pode vir na Copa do Brasil, é verdade. Mas se tem uma palavra que não combina mais com o torcedor palmeirense é "empolgação".



Os últimos 3 meses foram difíceis. Depois da fatídica derrota em casa para o Atlético Paranaense, jogo em que o Gabriel se machucou, o Palmeiras disputou 24 partidas. Apenas 4 convincentes. Contra o Cruzeiro, 3 a 2 no Mineirão, jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. Grêmio, 3 a 2 no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. Internacional, empate em 1 a 1 no Beira-Rio, ida das quartas de final da Copa do Brasil. E contra o Corinthians, 3 a 3 no Allianz Parque pelo Campeonato Brasileiro.



Reparem que, mesmo nas boas partidas, o Palmeiras levou muitos gols. Como, se até o final do 1° turno a defesa era uma das menos vazadas do Campeonato Brasileiro? Nesse período de jogos ruins, houve vitórias importantes, é verdade. Alguém pode lembrar do 4 a 1 em cima do Fluminense no Maracanã, mas quem assistiu a partida não pode dizer que o time jogou bem. A classificação para a final da Copa do Brasil foi emocionante, mas no segundo tempo o Fluminense amassou o Palmeiras.



Mas, pior mesmo, é claro, são os tropeços. Goleada humilhante de 5 a 1 contra a Chapecoense. Primeira vitória do Sport como visitante no Campeonato Brasileiro (2x0 no Pacaembu). Derrotas merecidas para os fraquíssimos Coritiba, Goiás e Vasco.



A defesa virou uma peneira, o meio-campo não existe, a bola só chega no ataque com os "chutões" vindos da zaga. Não há padrão de jogo, não há toque de bola, não há tabela, triangulações. Enfim, não há nenhum resquício de organização.



Durante quase todo o ano, o torcedor palmeirense foi empolgado para os jogos, acreditando na qualidade da equipe, querendo ver um bom futebol. Isso acabou. Agora, a cada partida, parece que a raiva e a decepção dos últimos anos estão voltando. Está difícil, muito difícil, ver um jogo do Palmeiras. E a derrota para o Vasco, sendo completamente dominado pelo último colocado do Brasileirão, em pleno Allianz Parque, é o maior exemplo disso. Por isso, eu digo: esses dez dias sem Palmeiras em campo estão sendo ótimos para os torcedores!



As outras "datas Fifa" não foram bem aproveitadas por Marcelo Oliveira. Essa é a última chance. Hora de mostrar que realmente entende de futebol e sabe montar uma equipe. Será que dessa vez ele consegue? Eu acho possível. Apesar de todos os indícios, ainda me recuso a acreditar que o atual bicampeão brasileiro é um técnico limitado.

3876 visitas - Fonte: ESPN FC