Presidente da Crefisa e da FAM, Leila Pereira bancou a contrtação e os salários de Lucas Barrios (Gazeta Press)
O casamento do Palmeiras com Crefisa e FAM (Faculdade das Américas) está abalado. O motivo? Um e-mail enviado na manhã de ontem pelo presidente alviverde, Paulo Nobre, a Leila Pereira, que dirige as duas empresas parceiras do clube desde o início da temporada. “O Paulo escreveu que a Adidas gostaria de lançar uma camisa com edição limitada para relembrar a Era Parmalat”, contou a empresária, em entrevista concedida ao Blog.
A ideia soou como uma afronta, conforme Leila descreveu, por telefone, desde Nova York, onde cuida dos negócios familiares ao lado do marido, José Roberto Lamacchia. “Isso é motivo de rescisão do contrato. Estou muito chateada. Trata-se de uma sacanagem com um patrocinador extremamente leal ao Palmeiras”, diz, lembrando que os investimentos em 2015 foram de aproximadamente R$ 100 milhões, incluindo ajuda nas obras da Academia de Futebol e nas contratações de Barrios, Vitor Hugo, Leandro Almeida e Thiago Santos.
BLOG_ Como o Palmeiras informou a senhora sobre a intenção de criar uma camisa com o patrocínio da Parmalat?
LEILA PEREIRA_ Fiquei sabendo por e-mail. O Paulo Nobre passou um e-mail dizendo que a Adidas gostaria de lançar uma camisa, em edição limitada, para relembrar a Era Parmalat.
E como a senhora reagiu?
É uma proposta absolutamente indecente, que nem deveria ter sido feita. Estamos investindo quase R$ 100 milhões neste ano no Palmeiras, com direito a dois patrocínios e contratações de jogadores. Estou muito chateada.
Mas o Palmeiras fará mesmo a camisa comemorativa?
Não sei. Mas isso por si só já é motivo de rescisão de contrato. É uma sacanagem com o patrocinador, que tem sido extremamente leal ao Palmeiras. Não existe um patrocínio que invista tanto em um clube no Brasil quanto a gente. E é isso que recebemos em troca?
Então, a senhora cogita romper?
Eu soube que o Paulo Nobre deu uma entrevista na segunda-feira sobre a reforma na Academia de Futebol. Ele falou de tudo. Só se esqueceu de dizer que foram a Crefisa e a Faculdade das Américas que custearam todas as obras. Todas. O Palmeiras terá um dos CTs mais modernos da América do Sul.
Os contratos de Crefisa e FAM com o clube só acabam em dezembro de 2016.
Sim, mas se encher muito, eu saio e vou para o Flamengo ou para qualquer outro clube com a visibilidade do Palmeiras. Só quero deixar claro que meu problema não é com o clube ou com a torcida. Pelo contrário. É com o dirigente (Paulo Nobre), que mostrou uma falta de respeito com o patrocinador e com a torcida.
O que precisa ser feito para o mal-entendido ser contornado?
Talvez nem todos saibam, mas nós fomos procurados por vários clubes brasileiros, todos querendo um patrocinador. A escolha pelo Palmeiras foi feita porque meu marido (José Roberto Lamacchia) é palmeirense fanático. Mas…
A senhora chegou a dizer que pretendia ficar eternamente no Palmeiras…
Desde que a relação continuasse bem, sem nenhuma proposta indecente. O que aconteceu é uma falta de lealdade do Paulo Nobre com o patrocinador. Se ele quer a volta da Parmalat, por que não sai da presidência e deixa que o Mustafá Contursi retorne? O Mustafá era o presidente do Palmeiras naquela época.
Qual recado a senhora gostaria de deixar para o torcedor do Palmeiras que pode ficar preocupado em relação ao futuro da parceria entre as partes?
Que não há problema com a instituição. Eu e meu marido estamos absolutamente felizes com o Palmeiras. Sabemos bem separar a instituição de quem a dirige.
Por que a senhora acha que o Palmeiras vive um momento tão delicado, às vésperas da final da Copa do Brasil?
Isso você tem de perguntar para o Paulo Nobre, responsável pela escolha dos 25 jogadores contratados. Nós, como parceiros, nos colocamos à disposição para ajudar em todas as contratações que foram requisitadas. Sem dar palpite.
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