Esse título vai ter que sair na marra

De um lado é pênalti, de outro não; venceremos mesmo assim



Se depender de bola estamos ferrados: não há nenhum sinal de que o time do Palmeiras vai reencontrar o futebol perdido em algum momento de agosto. O setor ofensivo é uma indigência cerebral digna de um militante politico: ninguém pensa, ninguém se posiciona direito, não conseguem matar a bola, um passe de 4 metros parece mais difícil do que uma questão de física na segunda fase da Fuvest. Nada de ultrapassagens, tabelas jogadas em profundidade e, ontem, nem os cruzamentos deram certo. Lá atrás, o de sempre: Prass se credenciando a santo, uma defesa que desafia os corações dos torceores, e sempre sobra uma falha que resulta em gol.



Se depender do apito, também estamos ferrados. Ontem, houve dois pênaltis na partida. Ambos pênaltis de dificil marcação, nenhum deles clamoroso. Na dúvida, as duas marcações foram contra o Palmeiras. E vamos combinar que título ganho com ajuda do apito não tem a menor graça.



Ainda dá? Claro que ainda dá, futebol é futebol e o Iamin lembrou esta semana da incrível derrota de 1996 enquanto o Paulo recordou o título improvável de 2012. Mas, se vier, a Copa do Brasil de 2015 terá a mesma cara de três anos atrás: conquistada na marra, a fórceps, com um time que teve uma inexplicável queda de rendimento e que joga basicamente na base da garra, do coração, do sufoco e do pensamento mágico.



João Pedro, fundamental para escapar do rebaixamento no ano passado com aquele gol sobre o Grêmio, e em péssima fase este ano, depois de ser relegado a décimo plano pelos dois técnicos, é o principal candidato a Betinho da vez. Cristaldo, o rei das redes sociais, é outro potencial herói improvável. Que seja Dudu, para confirmar sua condição de ídolo, ou Vítor Hugo, na nossa melhor jogada do ano.



Na quarta que vem seremos 40 mil nas arquibancadas empurrando os 11 em campo. Vai ter que dar, de qualquer jeito. Não se perde um gol como o do Nilson impunemente. Se a bola castiga, que seja a nossa vez de comemorar.

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