O primeiro jogo das finais da Copa do Brasil foi à altura de outras grandes decisões. Emoçãom tensão, gols perdidos, polêmica, pênalti não marcado, pênalti perdido. Mas isso todo mundo viu no Canal Campeão. O blog quer ressaltar e homenagear os dois principais personagens do jogo, os melhores em campo de cada time, dois baitas personagens que pelo que fizeram na Vila mereciam terminar o ano como campeões. Mas só um vai levar. Refiro-me ao goleiro Fernando Prass e a Gabigol.
O primeiro permitiu que seu time, o Palmeiras, chegue ao segundo jogo com totais condições de inverter a desvantagem e ficar com o título. Duas defesas foram de cinema, primeiro a bola de Ricardo Oliveira, no primeiro tempo, da entrada da pequena área; a segunda, no segundo tempo, um giro de Gabigol, que Prass antecipou e, por isso, conseguiu fechar o ângulo.
Já o santista demonstrou, além do talento conhecido, uma personalidade rara em jogadores tão jovens como ele. Poderia ter se abatido após desperdiçar um pênalti com menos de cinco minutos. Ajudou-o a manter o foco fato de ele não ter perdido por displicência, por dar uma cavadinha, por bater fraco, por bater à meia altura próximo ao centro do gol. Bateu com força, no canto, errou por centímetros, acertou a trave. Acontece. Só perde quem dá a cara para bater. A meu ver, muito piores foram os dois gols perdidos por Ricardo Oliveira e Nilson.
Depois disso continuou jogando, bem como de hábito, e fez um gol de gente grande - embora um pouco facilitado pela frouxidão da marcação do Palmeiras - também, como de hábito. Gabigol é uma realidade e certamente vai ser importantíssimo para o Brasil na busca pelo inédito ouro olímpico.
Vale citar ainda que o Palmeiras foi prejudicado pela arbitragem no lance de Lucas Barrios. Ouvi alguma discussões hoje, com teses de que o paraguaio mudou a passada para chamar o pênalti. Discordo primeiro com o motivo da mudança de passada - que realmente ocorreu -, Barrios ajeitou o corpo, isso sim, para bater melhor na bola. E foi calçado por David Braz. Ainda que o paraguaio tivesse reduzido a velocidade para buscar o choque, isso não dá ao santista a prerrogativa de impunidade no caso de um trança-perna, que aconteceu. Foi pênalti, e não foi marcado.
E não dá para não lembrar do gol perdido por Nilson no fim do jogo. Também acontece, mas numa final não pode acontecer. Ele tem que acender velas diariamente para todos os Santos, pedindo que o seu não precise de um gol no saldo para ser campeão. Como consolo ao atacante, que ele saiba que eu acho um erro tão absurdo o do sistema de marcação do Palmeiras - é inadmissível, Marcelo Oliveira, um time que aos 45 do segundo tempo deveria, por prudência, segurar o 1 a 0 contra, permitir que dois atacantes rivais fiquem no mano a mano na última linha de defesa. É coisa de time de várzea.
O melhor mesmo para quem ama o futebol é que o placar manteve a decisão aberta, pode dar qualquer coisa na próxima quarta-feira. Tomara que chegue logo.
5199 visitas - Fonte: Globo Esporte