Do inferno ao céu, louco Palmeiras de Prass é campeão

Ansiedade. Desespero. Alegria. Alívio. Sufoco. Tensão.



A euforia da chegada, a decepção com o 1º tempo, a alegria com os gols de Dudu e a tensão nos pênaltis que sacramentaram o Palmeiras tri-campeão da Copa do Brasil foram alguns componentes dessa montanha-russa sinestésica que é o futebol. Desse louco Palmeiras, que vai do céu de fazer muitos gols e do inferno de sempre levar alguns, sempre se pode esperar tudo.



O Palmeiras jogou mal quase o campeonato inteiro e foi muito bem na final. O Santos jogou bem e foi muito mal na final. Marcelo Oliveira manteve o Palmeiras no tradicional 4-2-3-1 com Robinho por fora e Dudu por dentro, “para chegar na área”. A diferença é que o Verdão sufocou o Santos, acionava Gabriel Jesus pela esquerda e ia tirando o Alvinegro Praiano do conforto da vantagem. A equipe de Dorival Jr tentava fazer o tempo girar mais devagar.



O Santos chegava com perigo, como naquela bola na trave, explorando a estrutura do rival sem a bola - os palmeirenses pareciam carrapatos, grudados na marcação. Matheus Salles anulou Lucas Lima. Dudu abafou Renato. Deu certo porque foi tudo feito com muita velocidade, sem espaço pro santista pensar. É uma questão de escolha e consequência, causa e efeito, como você leu aqui. O Santos jogou pouco no 1º tempo. O Palmeiras precisava jogar mais.









Com Rafael Marques, Marcelo Oliveira fixou Dudu pelo lado esquerdo. O time foi outro. Com Robinho procurando o jogo pelo centro, recebendo de Arouca e vendo Barrios fazer maravilhosamente o pivô, o Palmeiras chegou ao gol e fez um cardíaco 2x0 nos pés do camisa 7. A equipe fez seu melhor jogo em meses com bola no chão, Dudu pelo lado e volantes com bom passe. Não é coincidência.







Ele é Fernando, mas pode chamar de Santo, São..Prass é o nome, o craque e o ídolo desse maluco Palmeiras que vai do inferno ao céu em alguns segundos. Talvez porque joga muito mal e compete muito bem. Ou porque precisa de tempo para fazer os 25 jogadores, alguns muito bons, formarem um time. Ou porque tem Prass, que não só defende como cobrou a penalidade do título.



O Santos está de parabéns. Errou, mas competiu muito ao conseguir o gol salvador. Foi melhor o campeonato inteiro, e a ressaca de título perdido não pode esconder o bom trabalho desenvolvido por Dorival Jr desde julho.



A Libertadores pela frente e a temporada de Allianz lotado e muita grana pode simbolizar um novo momento e requer a evolução da equipe. Marcelo Oliveira reconheceu a necessidade de jogar melhor.



Parabéns pra ele e pro campeão Palmeiras que comemora o primeiro título de sua nova casa. Título que reafirma grandezas, 12 títulos nacionais. Grande o Palmeiras não voltou a ser. Sempre foi.