Sorte, capacidade e momento: o funil no fim da base

23/1/2016 20:30

Sorte, capacidade e momento: o funil no fim da base

Sorte, capacidade e momento: o funil no fim da base

Matheus Sales e Gabriel Jesus são realidades. Mas não é toda hora que tem pão quente



Uma das grandes ponderações que se faz na imprensa, ultimamente, é quanto ao uso da base. Uma onda de proteção aos jovens atletas tem tomado conta da mídia – algo que se torna mais evidente em tempos de Copa São Paulo. O Palmeiras foi eliminado nas oitavas-de-final (ou “sétimas”, graças ao espetacular regulamento) pelo América-MG, nos pênaltis. Depois de um começo preocupante, o time conseguiu engrenar e dava impressão até de que poderia disputar o título.



A estratégia do Palmeiras parece passar longe de montar times para conquistar títulos na base, e o maior indicativo disso é que, dos 23 atletas que foram relacionados nos seis jogos, apenas 9 são nascidos em 1996, ano-limite para as inscrições desta edição. Outros 14 jogadores ainda poderão evoluir mais um ano no sub-20 e jogar mais uma Copinha. A intenção parece ser mesmo desenvolver atletas, para servirem ao time principal ou para seguirem suas carreiras em outros clubes, eventualmente rendendo algum recurso ao clube – embora outras contratações “relâmpago”, feitas entre agosto e setembro do ano passado, com o contrato vencendo ao término da Copinha sugiram o contrário.



Os jogadores que mais chamaram atenção foram:



• Daniel Fuzato, goleiro que já treinou com os profissionais no ano passado;

• Augusto, capitão do time, zagueiro firme e tranquilo;

• Daniel, volante com bom poder de marcação e inteligente no apoio;

• Vitinho, meia rápido e com ótimo controle de bola;

• Kaue, ponta canhoto, driblador e com um bom arremate.



De todos esses, apenas Daniel parece pronto para subir para o profissional; todos os outros ainda precisam aprimorar fundamentos. E Daniel joga numa posição em que o elenco está muito bem servido, vai ser difícil conseguir espaço este ano – uma das vagas foi ocupada por seu parceiro na Copinha do ano passado, Matheus Sales.



Nem todos chegam aos 20 anos preparados para ocupar eventuais lacunas no time principal. E o clube nem sempre está receptivo à base, depende muito do momento econômico e competitivo. O Palmeiras, depois de reconstruir-se financeiramente, chega a mais uma disputa de Libertadores e claramente não está no momento de rechear o elenco de garotos.



Outros times começam o ano com ambições mais modestas e/ou não dispõem de caixa para montar um time que equilibre qualidade e experiência. Aí recorrem à base, não como filosofia, mas como remédio – afinal, que clube pode se orgulhar de revelar todos os anos 3 ou 4 garotos que mostrem condições de encarar uma Série A em alto nível?



A política de emprestar os meninos com potencial quando estouram a idade, para que peguem cancha em competições médias e voltem após um ano, é válida. Thiago Martins deu seu primeiro passo jogando uma temporada na Série B pelo Paysandu; foi monitorado pelo Palmeiras e decidiu-se por aproveitá-lo. Isso não impediu que Roger Carvalho fosse contratado. Thiago está agora no segundo passo: ser reintegrado ao elenco, ainda como quinta opção. Seu desempenho vai determinar se vai passar a reserva imediato, ou quem sabe até a titular.



Exemplos de sucesso, Matheus Sales e Gabriel Jesus são atletas que atingiram um estágio superior antes do tempo normal e por isso foram aproveitados – mesmo assim, contando com fatores aleatórios. Por outro lado, Nathan e João Pedro, acreditou-se, também poderiam queimar etapas, e o resultado não foi bom. Cada caso é um caso. Estamos lidando com pessoas, e o método existe para diminuir a margem de erro nas avaliações. Não existe método infalível.



Matheus Sales deve seguir como terceira ou quarta opção de volante, brigando com Thiago Santos e com o recém-contratado Rodrigo. Daniel, que vai estourar a idade, tende a ser emprestado para possivelmente ser aproveitado em 2017, assim como os outros meninos na mesma condição e com contratos mais longos. Outros tantos têm vínculos por expirar e devem ser liberados para seguirem suas carreiras. Todos que partem em busca desse sonho devem ter em mente que esse funil existe. Quem é realmente bom, mais cedo ou mais tarde, num grande clube ou em outro, acaba conseguindo seu lugar ao sol.


4332 visitas - Fonte: ESPN FC

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