Comentarista vê o Palmeiras longe de ter padrão, mas muito competitivo

Raphael Rezende afirma que falta jogo coletivo ao Alviverde, mas que equipe pode conquistar títulos atuando desta maneira: "Dá para ganhar, só que não me agrada"

Palmeiras venceu na estreia (Foto: ROGÉRIO MOROTI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)



O Palmeiras estreou no ano com uma vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, pelo Campeonato Paulista. Apesar do resultado, o comentarista Raphael Rezende acredita que a equipe alviverde não apresentou um bom futebol na partida. Na sua opinião, o técnico Marcelo Oliveira tem muitos bons jogadores à sua disposição e, por isso, poderia apresentar um melhor padrão em campo.



- É um time extremamente competitivo, é nisso que sempre se baseia o Marcelo Oliveira. Mas ainda está longe de definir um padrão de jogo. É um time que usa muita ligação direta. Dá para ganhar futebol jogando de várias formas, só que esse Palmeiras não me agrada, para os jogadores que tem. Tem um elenco inchado de bons jogadores. O segundo time do Palmeiras, o reserva, é melhor que muitos times do Brasil. Precisa encontrar um padrão, uma forma de atuar, colocar a bola no chão e desenvolver a jogada com tranquilidade - disse o jornalista.



Raphael Rezende afirmou que a própria torcida do Palmeiras se incomoda com o estilo de jogo e, por isso, pede a contratação de um meia. No entanto, o comentarista acredita que é preciso apenas organizar uma equipe mais coletiva.



- O torcedor detecta que falta um camisa 10. Mas não é. Não é a posição, não vai chegar o messias da camisa 10, que vai resolver tudo, receber a bola e mandar no jogo. É o coletivo, o Palmeiras hoje coletivamente não funciona e compensa na competitividade. Consegue os resultados por isso. Dá para ganhar assim, claro que dá. Mas não é o ideal. Não é um futebol bem jogado, e o torcedor reconhece.



O comentarista não vê ainda o Palmeiras no caminho de ser tornar uma equipe mais coletiva. Na sua opinião, o técnico Marcelo Oliveira tem um estilo de futebol onde o mais importante é a qualidade técnica dos jogadores.



- Não é uma crítica. Existem, no mundo do futebol, pessoas com pensamentos completamente diferentes. Eu não encaixo o Marcelo Oliveira no grupo dos técnicos que pendem para o lado tático do futebol, que prezam a organização acima da técnica dos jogadores. Este Palmeiras é bem individual na essência do jogo, acredita que a qualidade técnica vai prevalecer, no um contra um, com jogadores dispostos no lado do campo. Isso é uma forma de pensar futebol, e o futebol brasileiro durante muito tempo privilegiou esse lado técnico. Outros treinadores se preocupam mais com essa questão de modelo de jogo, de padrão tático, de evoluir de maneira mais coletiva. Não parece ser o caminho do Palmeiras.



O Palmeiras volta a jogar na próxima quinta-feira, na sua arena, para enfrentar o São Bento, pela segunda rodada do Paulistão.

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