O começo do ano não está sendo nada bom para o Palmeiras. O baixo rendimento do setor ofensivo decepciona diante da expectativa criada. A manutenção da base do elenco que conquistou a Copa do Brasil e do treinador dava a perspectiva que o time que encerrou 2015 conquistando um título voltaria melhor ainda. Não é o que se vê em campo hoje.
Marcelo Oliveira já admitiu que está com dificuldades de extrair o melhor rendimento do ótimo elenco que tem em mãos. O clube não lhe deixa nada a desejar; o treinador tem todas as ferramentas possíveis para conseguir um bom rendimento.
Há teorias a respeito desse mau desempenho que seguem por vários caminhos - algumas razoáveis, outras nem um pouco: time visado, falta de ritmo, baixo desempenho físico. O fato é que os oito jogos realizados até agora, com duas vitórias, cinco empates e uma derrota, estão longe do que idealizamos.
Abrindo um pouco o campo de visão, entretanto, podemos ficar um pouco mais tranquilos. Não notamos nenhum time que pode se considerar jogando um bom futebol. Todos, em grau maior ou menor, estão devendo futebol, mesmo fazendo a ponderação com a expectativa criada. Mas se temos que focar só em nossos problemas e os outros times não são parâmetro, vamos em frente.
O número de pontos conquistados (11 em 24 possíveis, 45,8%) já começa a despertar matérias comparativas, mencionando que este é um dos piores inícios de ano do Palmeiras – e sugerindo que pode ser um dos piores anos, o que absolutamente não corresponde à verdade. Os números de início de temporada pouco ou nada traduzem onde um time poderá chegar ao fim do ano:
• Em 1999, por exemplo, tivemos 4 vitórias e 4 derrotas no início do ano (50%), sendo que duas dessas vitórias, no modelo de hoje, teriam sido jogos-treino: contra o Amparo e a “Seleção de Itapira”. Ganhamos a Libertadores.
• Em 2006, vencemos sete e perdemos apenas uma partida no início do ano, e nos salvamos do rebaixamento só na penúltima rodada. Em 2014, o ótimo começo com seis vitórias e dois empates escondeu o martírio pelo qual passaríamos até dezembro.
• Em 2002, tivemos um desempenho que segue o padrão aceitável: 5 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. No ano de 2012 o começo foi parecido: seis vitórias e dois empates. Em ambos, amargamos queda para a segunda divisão.
• O melhor início foi o de 2009: gabaritamos, com oito vitórias. De fato, o time montado por Luxemburgo era bom, mas não teve forças para chegar à conquista do Brasileiro, e a derrocada deu início a uma espiral negativa que nos assombrou pelos cinco anos seguintes, com crises técnicas, políticas e financeiras.
O mau início de 2016 preocupa, é claro. Mas Alecsandro pontuou bem na saída do gramado, no sábado: "não é nada para entrar em desespero". É preciso continuar em busca das soluções - todos estão trabalhando forte para encontrá-las.
E a torcida precisa mostrar apoio, mesmo sem perder a capacidade crítica. Demos uma excelente demonstração disto no sábado, incentivando o time do início ao fim. Estamos todos de parabéns; vamos seguir nesta pegada, cobrando com inteligência. O resultado, mais cedo ou mais tarde, virá.
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