O Corinthians é uma das melhores equipes do Brasil, com um excelente técnico e um coletivo muito definido.
Isso não significa que o time é imbatível.
Nesse domingo, Cuca, em seu 6º jogo no Palmeiras, mostrou o caminho para bater o time de Tite: bloqueio nas triangulações, muita pressão e rápida troca de passes em direção ao gol. Receita muito semelhante à que o Guaraní e o próprio Palmeiras, com Oswaldo de Oliveira, aplicaram em 2015. O Alviverde se postou num 4-4-2 em linha, contra o 4-1-4-1 padrão do Corinthians.
A diferença foi a dinâmica. Quando Fágner recebia a bola, Zé Roberto, Egídio, Arouca e Alecsandro avançavam e sufocavam o camisa 23, impedindo que ele saísse com bola limpa. Na maioria das vezes, a pressão era tão grande que Gabriel Jesus recuperava, ou Cássio recebia e se via obrigado a recorrer à ligação direta - nada de cavadinha, é chutão mesmo!
Com a bola, o plano do Palmeiras era simples: trocar passes de forma muito rápida para deixar os jogadores corintianos para trás e apostar no pivô de Alecsandro para lançar Gabriel Jesus ou Egídio perto do gol (também chamado de terço final). A defesa do Corinthians - ficava quebrada com esse movimento rápido e muito vertical.
Pass salvou o pênalti, Dudu fez em falha de Cássio e o Palmeiras mostrou que nenhum time é imbatível. Há uma semana atrás, o torcedor pedia a demissão de todo mundo e reclamava de Egídio e Arouca (2 dos melhores no clássico). O elenco é ruim? Ou o coletivo, destroçado pelo péssimo trabalho do técnico anterior, influencia e muito no desempenho individual?
A atuação do Palmeiras não pode ser vista apenas sob o prisma da atitude, raça e coração. Claro, eles estiveram lá. Mas teve também equilíbrio mental, estratégia, coletivo, velocidade, coordenação de movimentos. Trabalho do técnico que os jogadores abraçam e a direção avalia diariamente, nas derrotas e vitórias.
Com esses 3 ingrediente e sem ouvir a pressão descabida do torcedor, o Palmeiras pode fazer uma temporada melhor.
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