Análise: Palmeiras passa mesmo com baixas, gramado ruim e fraca exibição

Desta vez, Cuca foi obrigado a mexer no time, que tinha sete desfalques; atuação não foi boa, mas garantiu classificação para as quartas de final do Campeonato Paulista

Lateral-esquerdo Victor Luis estreou na temporada, e Allione jogou mais aberto pelo lado esquerdo do ataque



Uma coisa é variar o time de acordo com o adversário. Outra é mexer por não ter alternativa. Foi este o caso do desfalcado Palmeiras de domingo, que bateu o Mogi Mirim por 2 a 1 e se classificou para enfrentar o São Bernardo nas quartas de final do Campeonato Paulista. Cuca tinha sete importantes baixas e se viu obrigado a mandar ao interior uma escalação muito diferente – e que, também por isso, não teve atuação das mais vistosas.



Além do primeiro jogo no ano do recém-inscrito Victor Luis na lateral esquerda, posição que não tinha nem Egídio nem Zé Roberto, houve novidades e falta de entrosamento no sistema ofensivo: sem Gabriel Jesus e Dudu, ganharam chances Allione e Rafael Marques, cujo desempenho não agradou ao treinador, apesar da participação na jogada do primeiro gol.





Lateral-esquerdo Victor Luis estreou na temporada, e Allione jogou mais aberto pelo lado esquerdo do ataque



A atuação mediana do atacante e os incontáveis passes errados foram alguns dos principais problemas no primeiro tempo. Que se ressalve a condição ruim do campo do estádio Vail Chaves – ora prendia a bola, ora a fazia quicar demais.



– O gramado é diferente do que a gente joga no dia a dia. A bola fica viva, quica bastante. Principalmente no meio do campo. Estamos errando passes fáceis – disse, no intervalo, o atacante Alecsandro, autor do primeiro gol alviverde, em rebote, aos 15 minutos.



Gol que foi pouco comemorado. Cinco minutos depois, já mais ofensivo, apesar do esquema com três zagueiros, o Mogi Mirim chegou ao empate em cobrança de pênalti – o terceiro cometido pela equipe de Cuca nos últimos três jogos da temporada!



– É voltar para o segundo tempo com um pouquinho mais de vontade para buscar a classificação – receitou Alecsandro, artilheiro palmeirense na competição, agora com sete gols.



Com um pouquinho mais de vontade, de fato, o Palmeiras teve um segundo tempo ligeiramente melhor. Mas não foi só por isso. Ainda no intervalo, Cuca colocou Erik no lugar de Matheus Sales (mal no jogo) e recuou um pouco Robinho.



Depois, finalmente substituiu Rafael Marques por Lucas Barrios. O paraguaio, que tinha acabado de entrar, pegou cruzamento de Jean pelo lado direito aos 19 minutos e, de primeira, balançou a rede.





Alecsandro jogou mais recuado quando Barrios entrou; deu carrinho e fez cera para ganhar tempo no fim do jogo



À frente novamente no placar, o Palmeiras teve o controle da partida até o fim. Por dois motivos: errou menos passes e contou muito com a ajuda defensiva de Alecsandro, que, jogando mais atrás, provou mais uma vez o porquê de ter se tornado homem de confiança de Cuca. Ele soube escolher bem quando era preciso dar cadência, carrinho ou velocidade.



Nos dois próximos jogos, contra o uruguaio River Plate (pela Taça Libertadores) e São Bernardo (pelo mata-mata do Paulista) ambos em casa, o técnico talvez surpreenda de novo na escalação. Mas com o retorno de alguns desfalques e a expectativa de atuação mais convincente.

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