Com mesmo canto de 1992, Cuca faz um mês de Palmeiras e revê Palestra

Ex-atacante do clube, o agora treinador volta ao Palestra Itália depois de 24 anos, no mesmo dia em que completa um mês de trabalho à frente da equipe

Cuca volta ao antigo estádio Palestra Italia nesta quinta-feira. Dia de decisão (Foto: Felipe Zito)



"Olê, olê, olê, olá... Cuca! Cuca!". Passado o início negativo, com quatro derrotas em sequência, Cuca conta agora com quatro partidas de invencibilidade (três vitórias e um empate) no comando do Palmeiras e o apoio da torcida. No fim de semana, em Mogi Mirim, o treinador teve seu apelido gritado na arquibancada, como em 1992, ano de uma breve – mas feliz – passagem pelo clube como jogador.



Foram apenas 24 partidas com a camisa alviverde, de setembro a dezembro daquele ano. Apesar do período curto, o então atacante balançou a rede sete vezes (reveja os gols no vídeo acima) e foi vice-campeão paulista. Palmeirense na infância, gostava de comemorar seus gols junto à torcida no antigo Palestra Itália.



O novo estádio, que passou por reforma durante quatro anos e foi reinaugurado em 2014, recebe oficialmente o atual técnico alviverde pela primeira vez às 21h45 (de Brasília) desta quinta-feira, quando ele completa um mês de trabalho em duelo com o River Plate, do Uruguai, pela Taça Libertadores da América.



– É tudo diferente. Não dá nem para comparar. Só é o mesmo lugar. O gol é no mesmo lugar? É, né? Mas mudou tudo. Quando passo lá, vejo a grade verde por fora, que acho que é a mesma (risos). O resto mudou tudo. Está muito lindo – afirmou Cuca, em entrevista ao GloboeEsporte.com.



Suas únicas idas ao novo Palestra, agora chamado de arena, foram na noite desta quarta-feira, quando levou seus jogadores para o último treinamento, e em janeiro de 2015, ocasião em que treinava o Shandong Luneng, da China, e enfrentou o Palmeiras em amistoso de pré-temporada. Será a primeira experiência, portanto, no banco de reservas do time mandante.



– Não sei como vai ser. No meu tempo, a torcida organizada ficava toda do lado do campo, empurrava que era uma coisa de louco. Imagine agora… Se bem que ela fica um pouquinho mais para cá (quase atrás de um dos gols). Mas não sei ainda – disse o treinador, ao se lembrar da primeira vitória, sobre o Rio Claro, no mês passado, quando o Palmeiras abriu o placar depois de encerrado um protesto de silêncio de uma das torcidas organizadas.



– Aos 41 (minutos do primeiro tempo), quando ela começou a cantar, eu falei: "Agora vai". E foi, dois minutos depois saiu o gol. Olha a diferença que uma torcida faz para um time! Ainda mais um time novo, como é o nosso. Não jovem, novo. Com os torcedores empurrando, é muito mais fácil. Ou menos difícil.



Nesta quinta-feira, precisando de uma vitória sobre o River Plate e de uma derrota do argentino Rosario Central para o Nacional, no Uruguai – além de tirar uma diferença de três gols de saldo –, Cuca pede, além de apoio, também calma aos torcedores:



– Vai ser um jogo fechado, o adversário vai vir bem fechado. Nosso time tem que ter paciência para trabalhar bem a bola. A torcida também tem que ter paciência. E sei que ela vai empurrar, ajudar. Como é bom ter a torcida ao nosso lado. Como foi difícil jogar na Argentina, com aqueles loucos contra! Agora temos isso ao nosso lado.