Diego Souza joga na segunda divisão japonesa
Revelado nas categorias de base do Palmeiras junto com Edmílson e Vágner Love, Diego Souza vive há mais de 10 anos no Japão. Hoje, muito acostumado com os costumes orientais, no começo de sua estadia no país, porém, sofreu para fazer as coisas mais simples por não dominar o idioma local nem o inglês.
"Eu joguei com o [ex-atacante do São Paulo] França e o Roger [Machado], atualmente técnico do Grêmio. Ele me ajudou demais a me adaptar ao país junto com o Émerson Leão, que era meu técnico. Um dia estávamos em um restaurante e fui até a porta dos banheiros e estava escrito women e men. Fiquei naquela dúvida: e agora?", contou o meia, atualmente no Montedio Yamagata, clube da segunda divisão japonesa, ao ESPN.com.br.
"Eu vou entrar no women porque deve ser homem. Só que era o feminino (risos). Quando eu entrei, foi só uma gritaria, me deu desespero e pedia desculpas em português e saí correndo. Falei pra o Roger: 'Li o womem e entrei achando que era o masculino'. Ele disse: Não, Diego. Esse é o de mulher' (risos). Eu poderia ser até preso por causa disso", relatou.
Contratado por empréstimo em 2005 pelo Vissel Kobe, ele demorou até se acostumar com os hábitos dos japoneses, mas logo se encantou.
"No começo, eu tomava muita dura porque a gente tinha que separar o lixo, isso até no clube. Rolava até multa. Uma coisa que me impressionou foi que pra tudo você usa ‘por favor', ‘desculpa',´tudo bem' e ‘obrigado'. Aqui, a educação e o respeito são coisas enormes".
Para fortalecer ainda mais os laços com o país, conheceu uma brasileira neta de japoneses que o fez sossegar na vida.
"Quando jogava no Kashiwa Reysol eu ia muito pra Tóquio com meus ex-colegas de Palmeiras. Íamos a um restaurante de comida típica brasileira e eu conheci minha esposa lá. Ela estava trabalhando de modelo por lá. Fomos morar juntos e depois casamos".
Diego Souza está desde 2005 no Japão
Diego acredita que o maior ganho que obteve nesse período de Japão veio fora dos gramados.
"Meus três filhos que moram comigo falam o idioma japonês. Lá, eles ensinam tudo, até lavar o chão do banheiro. É uma coisa incrível, minha filha de oito anos chega em casa e quer ajudar com os serviços domésticos. Ela sai 7h e volta depois das 15h. Ela é organizada, é um coisa muito diferente no Brasil", admirou-se.
No Japão, além de Vissel Kobe e Kashiwa Reysol, ele ainda jogou por Tokyo Verdy, Kyoto Sanga e Vegalta Sendai. Depois de rápidas passagens pela Portuguesa e Lobos, do México, ele retornou ao oriente para defender o Montedio Yamagata.
"Hoje em dia o futebol como está rápido e se você não se cuidar não consegue ter um bom rendimento dentro de campo. Aprendi com a experiência a dormir bem cedo. Aqui no Japão eles exigem muito nos treinos".
Apesar da fama de ter um futebol inferior ao de países sul-americanos, o ex-camisa 10 que foi campeão da Série B de 2003 pelo Palmeiras defende o nível da J-League.
"A cultura do país é muito séria. O jeito que eles pensam é muito diferente, respeitam o mais velho e o mestre. Tem gente que acha que é fácil jogar bola aqui, muitos jogadores bons quem tem nome no Brasil ou na Europa não conseguem jogar aqui".
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