Cheirou refugada. É hora de avançar, Palmeiras!

Que Cuca faça boas escolhas neste domingo e eleja os melhores para bater o Santa



O Palmeiras jogou nas duas últimas rodadas do Brasileiro sob a pressão de ser o primeiro time a entrar em campo e correr o risco de deixar a liderança a ver navios. Venceu ambos, contra SCCP e Coritiba, e obrigou o Flamengo a vencer, contra Figueirense e Cruzeiro, para se manter na nossa cola. Deu certo nas duas vezes e a diferença continuou em um ponto.



No meio de semana, o time de "futebol mais bonito do país" pagou o mico de ser eliminado em casa da Copa Sul-Americana por um time de segundo escalão do Chile. Há quem tenha visto estratégia, eu enxerguei vexame. Não que tenhamos feito muito melhor contra o Grêmio, já que também perdemos, mas ainda estamos vivos na Copa do Brasil, basta uma vitória simples por 1 a 0 no jogo de volta (o histórico recente me faz acreditar na classificação, duvidar dessa simplicidade toda e temer por muito choro e ranger de dentes, mas a Copa do Brasil é assunto pra daqui a duas semanas).



Neste sábado a história se inverteu, e o pessoal que falava do cheirinho de hepta deixou exalar outro odor: o de refugada. Diante do lamentável time do SPFC, com menos de 30 mil pagantes no congelante Morumbi, o Flamengo não passou de um 0 a 0 e nem sequer conseguiu "dormir" na liderança, que continua com o Palmeiras, mesmo que ainda não tenhamos jogado. Segunda-feira, enfrentamos o Santa Cruz. Se vencermos, abrimos três pontos de vantagem e podemos respirar um pouco menos ansiosos.



"Esse é o problema", dirá o palmeirense pessimista, escaldado por 2009 e por outros fracassos, recentes e antigos, de quando o Palmeiras só precisava de si mesmo e, como fizeram os rubro-negros hoje, refugou. O meu diabinho pessimista, sentado ao meu ombro de camisa azul com a Cruz de Savoia, ainda me recorda que a derrocada de sete anos atrás começou na mesma Recife, num jogo contra o Náutico numa segunda-feira, 12 de outubro, em que "bastava vencer" para abrir, salvo engano, 7 ou 8 pontos. Desfalcados de Cleiton Xavier e Diego Souza, que estavam na Seleção, levamos 3 a 0 e é desnecessário recordar o que aconteceu depois.



Mas o anjinho sentado no meu ombro, com a camisa inteiramente verde, me avisa: esse Palmeiras de 2016 é diferente. Ainda que o nível técnico tenha caído nas últimas semanas, o time tem feito os resultados. Não perde no Brasileirão desde o desastre contra o Botafogo, obrigou o Flamengo a correr atrás nas últimas rodadas, arrancou uma virada na base do coração contra o mesmo SPFC desesperado que nos deu uma força neste sábado. Se na bola não vai, tem ido na marra, no Cucabol. Está funcionando.



Estou otimista. Não vai ser fácil: o Santa joga pressionado pelo risco de ir parar na lanterna, o Arruda deve encher, pode ser que precisemos de um lateralzinho na área, um escanteio na cabeça de alguém, não importa. Gol feito assim vale igualzinho a gol de placa e tabela. O que importa é balançar a rede, sair de campo com os três pontos e mostrar a quem quiser ouvir: estamos na frente, somos de briga e não refugamos. Aqui é Palmeiras. Aqui tem cheiro de título, o resto é conversa fiada.

6144 visitas - Fonte: ESPN FC

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