Maior artilheiro do Palmeiras, Heitor estreou pelo clube há exatos 100 anos

12/11/2016 08:37

Maior artilheiro do Palmeiras, Heitor estreou pelo clube há exatos 100 anos

Maior artilheiro do Palmeiras, Heitor estreou pelo clube há exatos 100 anos





O maior artilheiro da história do Palmeiras é o mesmo desde 1931, ano em que Heitor Marcelino Domingues se despediu do Palestra Itália com 327 gols em 358 partidas. Dono de um recorde que dificilmente será batido – César Maluco é o segundo colocado no quesito com 180 tentos -, o multiesportista chamado carinhosamente de Ettore estreou pelo clube paulistano há exatos 100 anos.



Nascido em 1898 no Brás, tradicional reduto italiano em São Paulo, Heitor começou a carreira no extinto Sport Club Americano e, embora fosse filho de espanhóis, migrou para o Palestra. Ele estreou pelo novo clube em um empate sem gols contra o Guarani, em 12 de novembro de 1916 – cerca de dois anos depois da fundação da agremiação. O primeiro gol foi marcado no dia 03 de dezembro do mesmo ano, na goleada por 4 a 1 sobre a A. A. das Palmeiras.



Artilheiro, o atacante rapidamente se tornou um dos primeiros ídolos do clube fundado pelos imigrantes do país europeu. “Palestra Itália e Heitor se confundiam no início dos tempos. Era a expressão de um sentimento materializado em forma de jogador”, diz o livro Alma Palestrina, escrito pelo jornalista Fernando Galuppo e editado pela Leitura.



Em 1917, Heitor integrou o time palestrino que ficou conhecido como Esquadrão de Ferro. No mesmo ano, tornou-se o primeiro jogador da história do clube a defender a Seleção Brasileira. Ele marcou na vitória por 2 a 1 em amistoso contra o argentino Sportivo Barracas, disputado no Rio de Janeiro. “Ótimo driblador. Sempre apronta com suas novidades. Veloz e oportunista na frente do gol. É o jogador de maior destaque no ataque palestrino”, noticiou o jornal Fanfulla no mesmo ano.



Ao lado de Neco (Corinthians) e Friedenreich (Paulistano), Heitor participou da conquista do histórico Sul-Americano de 1919, primeiro título da Seleção e embrião da Copa América. Em um confronto dramático no Estádio das Laranjeiras, o Brasil venceu o Uruguai por 1 a 0 – Fried marcou o gol da vitória na segunda prorrogação em uma jogada com os outros dois astros do futebol paulista.



O Palestra Itália começou a garantir espaço entre os grandes do estado em 1920. Com Heitor, a jovem equipe conquistou o Campeonato Paulista, primeiro título oficial de sua história, sobre o poderoso Paulistano, ganhador do torneio nas quatro temporadas anteriores. No mesmo ano, o atacante fez o primeiro gol do clube como proprietário do Parque Antárctica, no triunfo por 7 a 0 sobre o Mackenzie.



Em 1922, ano em que foi bicampeão sul-americano pela Seleção, ele disputou o primeiro jogo contra um time estrangeiro da história do Palestra Itália (fez três na vitória por 4 a 1 sobre o Paraguai, garantindo a Taça Guarani). Em 1925, o atacante participou da estreia da equipe no exterior, a derrota por 3 a 2 diante do Uruguai, em Montevidéu.



O ano de 1926 foi marcante para Heitor, já que o Palestra Itália conquistou o Campeonato Paulista e o Campeonato Paulista Extra. De forma inédita para o clube, o atacante terminou como artilheiro. Para completar, o jogador ainda teve o filho Haroldo. Em 1927, o time manteve a hegemonia estadual e o atleta registrou impressionantes 34 gols em 23 jogos (média de 1,47).



No final dos anos 1920, a rivalidade entre Palestra Itália e Corinthians era crescente. No Campeonato Paulista de 1929, após um lance pelo alto, o zagueiro Del Debbio teria acertado um chute no rosto de Heitor, que precisou abandonar a partida e deixou seu time com um jogador a menos até o final, já que na época não havia substituição. Inconformado, o atacante enviou uma carta ao jornal A Gazeta Esportiva e se dirigiu ao árbitro Antônio Villas Boas.



“Dez homens, contra 12, sendo o décimo segundo o meu ‘particular amigo’, que nada viu do que aconteceu comigo. O principal fator para a derrota do meu clube”, escreveu Heitor, sarcástico. “Errar é humano, afirma o Sr. Villas Boas. De acordo. Mas o diabo que os seus erros somente atingiram o meu querido clube”, diz a carta publicada em dezembro de 1929.



Segundo o livro Alma Palestrina, a maior decepção de Heitor Marcelino Domingues em sua carreira foi não ter participado da Copa do Mundo-1930, a primeira da história. Um desentendimento entre a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e a Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea) impediu a presença de jogadores do estado na Seleção.



Apesar da trajetória gloriosa no Palestra Itália, Heitor se despediu de maneira melancólica. O clube terminou o Campeonato Paulista de 1931 como vice-campeão, mas perdeu por 4 a 0 do São Paulo da Floresta. Reunida na sede do clube, a diretoria, encabeçada pelo Conde Eduardo Matarazzo, decidiu dispensar Lara, Volponi, Loschiavo e Heitor.



Para evitar maiores desgastes, o atacante resolveu se aposentar. “Dedicou-se como atleta durante 15 anos defendendo as cores e a coletividade palestrina com dignidade e lealdade únicas. Foi o último jogador proveniente da primeira geração do Palestra Itália a encerrar suas atividades esportivas pelo clube”, escreveu o jornalista Fernando Galuppo.



No ano em que o ídolo encerrou a carreira, A Gazeta Esportiva descreveu seu futebol. “Heitor era Heitor. Estilo correto, equilibrado, produtivo. Sem encenação espalhafatosa, ele conduzia a bola com elegância e inteligência. Correndo pelo centro, esquerda ou direita, passava com incrível rapidez e oportunidade, usando de seus recursos personalíssimos para deslocar os adversários. Sabia agir com os dois pés e daí a desenvoltura com que estendia para as extremas e a facilidade com que podia chutar à meta”.



Além de defender o Palestra Itália e o Brasil, o atacante atuou pela prestigiada Seleção Paulista – com Friedenreich, ele costumava ser deslocado para a meia. Curiosamente, o jogador participou de alguns amistosos por combinados formados pelos rivais Palestra Itália e Corinthians. Em 1930, na vitória por 5 a 2 sobre o argentino Tucumán com três gols de Heitor, o time usou calção preto e camisa esmeraldina.



Além de fazer sucesso como jogador de futebol, o ídolo praticou atletismo (salto em distância), tênis de mesa e vôlei. Ele chegou a conseguir destaque no time de basquete, conquistando os títulos paulistas em 1928 e 1929. “Sem dúvida alguma, Heitor foi um personagem único. Um multiesportista dos mais respeitados. Suas qualidades não se restringiam só ao esporte das multidões”, informa o livro Alma Palestrina.



Depois de apitar algumas partidas em 1921 e 1923, Heitor investiu definitivamente na carreira de árbitro de 1934 a 1942. Em seu auge, o ex-jogador dirigiu a partida que decidiu o Campeonato Paulista-1935 (Santos 2 x 0 Corinthians). Ele ainda participou do primeiro jogo do São Paulo Futebol Clube (3 x 1 contra a Portuguesa Santista, em 1936) e da inauguração do Pacaembu (Palestra Itália 6 x 2 Coritiba, em 1940).



Ao lado de outros atletas, Heitor Marcelino Domingues participou da Revolução Constitucionalista de 1932. Além de doar medalhas para a campanha “Ouro para a Vitória”, o ex-jogador atuou como tenente. No final dos anos 1940, foi diretor de clubes de futebol. Depois de trabalhar durante 38 anos na empresa Remington, o maior artilheiro da história do Palestra Itália-Palmeiras faleceu aos 73, em 1972.



Oitenta e três anos após disputar seu último jogo pelo clube, Heitor mantém outros recordes, além da artilharia geral. Ele é o maior goleador do estádio Palestra Itália (173) e o maior goleador do clube em Campeonatos Paulistas (185). Em duas ocasiões, chegou a fazer seis gols em um único jogo (11 a 0 sobre o Internacional, em 1920, e 11 a 2 sobre o Corinthians de São Bernardo do Campo, em 1927).



Ídolo dos tempos do amadorismo, Heitor garantiu à Gazeta Esportiva Ilustrada que poderia ter feito ainda mais em uma realidade diferente. “Saíamos do batente de oito horas correndo para não perder o treino. Muitos craques do Corinthians, Palestra e Paulistano trabalhavam domingo até o meio-dia, devoravam um sanduíche e voavam para o estádio para jogar um clássico. Já pensou um Feitiço, um Neco, um Friedenreich e mesmo um Heitor com as molezas de agora?”, perguntou o ídolo em 1966.





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