Capitão em 1994, ídolo César Sampaio elogia Tchê Tchê e Moisés

César Sampaio participa do lançamento do prêmio “Gestão de Campeão” (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)





O volante César Sampaio foi o último jogador da Sociedade Esportiva Palmeiras a erguer a taça de campeão brasileiro. Capitão do time que venceu a edição de 1994 do torneio nacional, o ídolo vive a expectativa pela quebra do longo jejum e elogia os meio-campistas Tchê Tchê e Moisés.



“É um time muito bem encaixado. Hoje, o diferencial é a transição: quanto tempo você demora para abrir e quanto tempo demora para fechar, com e sem a bola. Esse conceito está muito claro no Palmeiras. Não joga um futebol brilhante e em certo momento foi pragmático, mas tem jogadores muito comprometidos com o esquema”, afirmou.



César Sampaio considera o jovem atacante Gabriel Jesus, autor de 12 gols no Campeonato Brasileiro, a “cereja do bolo” do time armado pelo técnico Cuca, com quem jogou no Palmeiras em 1992. Tchê Tchê e Moisés, dois dos jogadores “muito comprometidos com o esquema”, também ganharam elogios.



“O Moisés era mais um meia até chegar ao Palmeiras e agora mudou de posição. Já o Tchê Tchê é aquele jogador que tapa qualquer buraco, um cara que joga para o time e é muito dinâmico, com os fundamentos do futsal. Tem o passe curto, joga em dois toques e também é bom no último terço do campo, finalizando de fora da área”, enumerou.



“São jogadores atualizados”, prosseguiu Sampaio, que recentemente passou pelo curso de treinadores da CBF. “Não existe mais aquele protetor de zagueiro, aquele brucutu que fica lá para defender e dar chutão. A marcação está cada vez mais forte, então você precisa de zagueiros e meio-campistas que saibam jogar. Eles proporcionam isso”, analisou.



Palmeirense desde a infância, César Sampaio brilhou pelo clube nos anos 1990. No dia 18 de dezembro de 1994, após empate por 1 a 1 contra o Corinthians no Estádio do Pacaembu, o volante ergueu a última taça de campeão brasileiro conquistada pelo time alviverde.



“Nosso elenco era disparado o melhor do Brasil. Nessa época, eu estava na Seleção, mas era mais legal jogar no Palmeiras do que na Seleção, porque já tínhamos entrosamento. Com todo respeito, até nos divertíamos em algumas partidas. Os times do Palmeiras de 1993 e 1994 foram os melhores que já joguei”, recordou.



De volta ao clube alviverde após passar pelo futebol japonês, César Sampaio ergueu as taças da Copa Libertadores 1999 e do Rio-São Paulo 2000 sob o comando de Luiz Felipe Scolari. O ex-volante, questionado sobre o estilo do time dirigido por Cuca no Brasileiro, citou o treinador gaúcho.



“O Felipão tinha mais ou menos os mesmos conceitos. O objetivo maior do jogo é não ser vazado e fazer gol. O Palmeiras do Cuca é assim. Sem a bola, todos têm função defensiva. Com a bola, buscam o gol. Não existe um método correto. Existe aquilo que o técnico fundamenta e que os jogadores acreditam”, analisou.



Em um dos ciclos mais importantes de sua história, o Palmeiras no começo dos anos 1990 foi campeão paulista (1993 e 1994), brasileiro (1993 e 1994) e do Rio-São Paulo (1993). O longo jejum de 22 anos sem ganhar o Nacional é inesperado para Sampaio, gerente de futebol do clube em 2012.



“O Palmeiras virou o adversário a ser batido. Mas outras competições foram priorizadas – no caso, a Libertadores. Depois, saiu a Parmalat e, sem investimento, fica mais difícil montar times fortes. É um processo. Agora, ainda não conquistou, então precisa ter cuidado. Falta um ponto”, ponderou Sampaio, novo executivo de futebol do Fortaleza.