27/11/2016 08:42

O que representa a eleição de Galiotte no Palmeiras

Respeitado por oposição e até por críticos ferrenhos de Paulo Nobre, novo presidente tem capacidade de administração como principal trunfo para mandato

Empresário foi candidato único na eleição do último sábado (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)



Escolhido como presidente do Palmeiras em eleição realizada neste sábado, Mauricio Galiotte assume o Verdão com duas palavras como norte de sua gestão: continuidade e conciliação. Primeiro vice de Paulo Nobre, ele já vinha se preparando para assumir o cargo há algum tempo. Não à toa, ganhou o aval de uma eleição única, fato raro em clubes de futebol.



Galiotte é mais adepto do diálogo e da diplomacia do que Nobre. Quando foi anunciado como escolhido da chapa de situação para o pleito, tranquilizou a oposição, que não viu necessidade de mobilização para um confronto. É considerado um homem aberto a novas ideias e sugestões.



A principal situação para a qual o novo presidente é considerado ideal nas conversas é a tratativa com a Crefisa, responsável por boa parte do aporte financeiro do clube. Leila Pereira, responsável pela empresa, participa do dia a dia político do Palmeiras e será candidata ao Conselho Deliberativo do clube em 2017.



Mauricio Galiotte assumirá a presidência em um momento de paz para o departamento de futebol alviverde. Próximo do título brasileiro, com o programa de sócios-torcedores em alta e a arena cada vez mais rentável, ele tem como missão manter o alto nível sem a figura de Paulo Nobre como apagador de incêndios em momentos nos quais os cofres ficaram apertados.



Até mesmo a relação com as torcidas organizadas pode mudar. Entre lideranças, há a convicção de que Galiotte retomará o diálogo com as uniformizadas – algo completamente rompido por Nobre ao longo de sua gestão. O último presidente vetava qualquer forma de exaltação aos feitos dos organizados, mesmo em momentos de festa.

Novo presidente do Palmeiras tem boa relação com a Crefisa (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)



Empresário de 47 anos, Galiotte ocupou cargos menores na diretoria do Palmeiras em gestões passadas – passou pela área social e também pelos esportes amadores. Tem como trunfo para sua gestão o fato de ter mantido os três vice-presidentes restantes de Nobre: Genaro Marino, Antonino Jesse Ribeiro e Victor Fruges. Acrescentou a eles José Carlos Tomaselli.

A capacidade de administração de situações, notável já enquanto coadjuvante, deve ir mais à tona até o fim de 2018.



Galiotte assume a presidência do Palmeiras no dia 15, mas já tratará de assuntos fundamentais para o futuro nos próximos dias, como as negociações pelas permanências do diretor de futebol Alexandre Mattos, do técnico Cuca e de alguns atletas do elenco, como o goleiro Jailson e o atacante Alecsandro.



Nos bastidores, os funcionários e, especialmente os jogadores, se sentiram mais confortáveis ao saberem que Galiotte seria candidato único nas eleições, e que não haveria um risco de ruptura grande no aspecto político do Palmeiras. Figura presente em treinos e viagens, o novo presidente se aproximou ainda mais do departamento de futebol nos últimos meses.

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