Amor pelo Rio e tabu paulista fez Ronaldinho preferir Flamengo a Palmeiras

Amor pelo Rio e tabu paulista fizeram Ronaldinho preferir Flamengo a Palmeiras



Frustração. Esse foi o sentimento de muitos torcedores do Palmeiras e do próprio clube quando Ronaldinho Gaúcho acertou com o Flamengo, em dezembro de 2010. Assis, empresário e irmão do talentoso atacante, vinha negociando com o clube alviverde há algum tempo. O técnico Luiz Felipe Scolari, então na equipe, chegou a se envolver para ajudar. Um plano de marketing foi montado contando com o craque. Mas não deu certo.



Praticamente seis anos depois a pergunta não foi respondida: quais os motivos fizeram Ronaldinho 'desistir' do Palmeiras e acertar com o Flamengo?



"São Paulo, para o Ronaldo, sempre foi um tabu. O Estado de São Paulo, eu digo. Ele sempre dizia: 'São Palo é grande...". Tinha aquela coisa. E ele sempre foi apaixonado pelo Rio", revelou Assis em entrevista ao o Bola da Vez, que será exibido nesta terça-feira (6 de dezembro), a partir das 21h30, na ESPN Brasil e no WatchESPN. "Nesse meio tempo veio o Flamengo. O primeiro a manifestar interesse foi o Flamengo. Um dia encontramos a Patricia [Amorim, então presidente do clube rubro-negro] em uma churrascaria e ela disse 'E aí Ronaldo, e o Flamengo'. E fez a foto com o Ronaldo".



Assim, Assis explicou que a ida de Ronaldinho Gaúcho foi decidida pelo craque pelo interesse que ele tinha em morar no Rio de Janeiro.



"A gente teve três etapas de negociação. Uma delas conheci o senhor Beluzzo [ex-presidente do Palmeiras], uma figura fantástica, uma figura genial, mas, infelizmente em todas essas circustâncias, o Ronaldo estava sob contrato. Eu não tinha o poder toda da negociação. Tinha o poder sobre o atleta. E até nesse episodio com o Beluzzo o treinador ainda era o Felipão. As pessoas não sabem. Eu me encontrei com o Felipão. Me encontrei com ele, jantamos, conversamos. O Ronaldo estava decidindo. E uma coisa é a gente querer uma situação e não poder realizar. Infelizmente em todas as negociações o Ronaldo sempre estava com clube, tinha contrato com clube. Nessa ocasião falei para o Felipão: 'Por mim está ok'. Acho que os números... os números naquela ocasião eram excelentes."



Segundo Assis, a possibilidade de trazer Ronaldo de volta ao Brasil foi adiada naquele momento, mas no mesmo ano virou realidade por escolha do jogador.



"Só que o Ronaldo, inclusive, me deixou mal em uma situação que eu, na minha cabeça, o sonho de consumo para mim era voltar a Porto Alegre. Nao era nem Palmeiras nem Flamengo. Mas o Ronaldo tinha contrato com o Milan e a gente tinha que tomar um rumo. eu estava ouvindo, estava aberto. E eu nao procurei os clubes. Os clubes vieram. Quando o Ronaldo no final do ano me diz 'Velho, eu não vou voltar para Milão'. Eu pensei: 'C..., f...'. Ele ainda tinha seis meses. Estava livre em seis meses", relembrou.



Assis recordou até que o Palmeiras fez a negociação de forma correta, procurando o Milan para trazer o jogador.



"Galliani me deu carta branca [para negociar o Ronaldinho]. O Palmeiras foi no [empresário] Mino Raiola e já começou a trabalhar, já tinha contato com o Milan. O Palmeiras foi o primeiro clube, e acho que o único a conversar com o Milan naquele determinado momento. Eu digo 'Tá, vai sair, coisa linda'", disse Assis.



Apesar de a diretoria alviverde ter saído na frente, Ronaldinho chegou a negociar ao mesmo tempo com Palmeiras, Grêmio e Flamengo. Algumas semanas de negociação depois, o Grêmio desistiu de contratá-lo e foi seguido pelo Palmeiras, cuja diretoria chegou a afirmar que "Assis estava fazendo leilão pelo atacante".



Ronaldinho foi confirmado oficialmente pelo Flamengo em janeiro de 2011. Ficou até maio de 2012, com 74 jogos e 28 gols anotados pelo time rubro-negro. Ganhou apenas um Campeonato Carioca, logo no primeiro ano pelo clube.



Assis conversou por 1h30 com o apresentador Dan Stulbach e os jornalistas Gian Oddi e Jorge Nicola, ambos comentaristas dos canais ESPN.



Bola da Vez com Assis



Quando: terça-feira (6 de dezembro)

Que horas: 21h30

Onde: ESPN Brasil e WatchESPN