'Eu tinha uma ponta de esperança', admite Valentim, sobre chance de assumir o Palmeiras

Auxiliar-técnico do Verdão há três anos, Valentim será o treinador do Red Bull em 2017



Terminou nesta terça-feira a passagem de quase três anos de Alberto Valentim pelo Palmeiras. O auxiliar técnico esteve na Academia de Futebol para assinar seu pedido de demissão – ele já aceitou o convite para dirigir o Red Bull na próxima temporada. Em entrevista exclusiva ao Blog, o ex-lateral-direito reconheceu que sonhava com a possibilidade de ficar no lugar de Cuca para o Verdão de 2017, mas disse que entende a decisão da diretoria e deixou as portas abertas para um retorno no futuro. Ele também falou de suas inspirações como treinador e dos planos para o futuro.



BLOG: Você pediu demissão do Palmeiras por que o clube escolheu o Eduardo Baptista para o lugar do Cuca?

ALBERTO VALENTIM: Não! Eu sempre deixei claro para todo mundo que queria ser treinador. Desde 2012, quando o (Mario Celso) Petraglia me contratou para ser auxiliar técnico do Atlético-PR, eu falava isso. Agora, depois de quatro anos, me sinto preparado. Amadureci nesse período e decidi que vou começar minha carreira.



Você tem algum problema com o Eduardo?

Nenhum problema. Para falar a verdade, eu nem sei se ele será o técnico do Palmeiras. Ninguém do clube me confirmou isso. Cheguei a trabalhar com o pai dele (Nelsinho Baptista) no Cruzeiro e até mandei um abraço, via Eduardo, para o Nelsinho na última vez que nos encontramos.



Seu nome foi especulado para ficar no lugar do Cuca. Em algum momento, apostou nisso?

Eu sou um cara muito realista, mas eu tinha uma ponta de esperança. Escutei algumas vezes no Palmeiras que era para ter calma, porque minha hora chegaria. Mas quero ressaltar que entendo o lado do Palmeiras, que foi buscar no mercado um profissional que já era treinador. Será um 2017 de muita pressão pelo título do Brasileirão e pela Libertadores.



Como avalia sua passagem pelo Allianz Parque?

Foi muito legal e saio feliz. Fiquei como técnico interino em quatro oportunidades, totalizando dez jogos. Foram sete seguidos antes da chegada do Gareca, e outros três após as saídas do Dorival, do Oswaldo Oliveira e do Marcelo Oliveira.



Além desses técnicos já citados, você também foi auxiliar de Gilson Kleina, Durbscky e Mancini. Como vai ser o técnico Alberto Valentim?

Não abro mão de uma equipe que faça partidas bem jogadas, com muita força na fase defensiva e com qualidade no momento com a bola. Trabalhei com o Luciano Spalletti (hoje técnico da Roma) na Udinese e me encantei pelos treinos dele, que eram muito próximos da realidade dos jogos. Vou aplicar isso.



O Spalletti é sua grande inspiração?

É uma delas, mas procuro me espelhar bastante no Antonio Conte (líder da Premier League com o Chelsea). Conheci o Conte quando ele era auxiliar técnico do Siena e percebi o quanto ele respeitava a função. Depois, fiz estágio com ele, com o Luis Henrique e com o Francesco Guidolin (do Swansea).



Você já fechou com o Red Bull?

Deixei tudo acertado. Falta só a assinatura, que só poderia acontecer depois da minha saída do Palmeiras. Tive outras propostas e sondagens boas durante o período em que fui auxiliar técnico do Palmeiras, mas essa oportunidade de contrato por um ano me convenceu.