Ex-Palmeiras venceu problemas no coração e hoje quer brilhar no Mundial de Clubes

De luto por Chapecoense, ex-palmeirense William comemora gol do América no México



O meia William, que vai disputar o Mundial de Clubes pelo América-MEX, era uma das maiores promessas das categorias de base do Palmeiras na década passada. Com apenas 16 anos, porém, sofreu duas paradas cardíacas e precisou se afastar por dois anos dos gramados.



Depois de quase ter perdido a vida e ser considerado aposentado para o futebol, ele ainda venceu uma depressão antes de receber a tão sonhada notícia de que poderia voltar a jogar.



"Considero um milagre tudo que aconteceu comigo. Tenho muita gratidão pelo Palmeiras por tudo que me ajudaram nos meus problemas e nunca me abandonaram. Tanto a direção, os médicos e jogadores como Marcos, Edmundo e o Magrão. Recebi muito carinho nos 12 anos que tive vínculo com o clube", disse o jogador, ao ESPN.com.br.



"O que mais sinto foi não ter sido campeão em uma competição importante. É o que mais me machuca. Se hoje posso jogar profissionalmente foi por causa do Palmeiras".



Como não conseguiu se firmar no time alviverde, William foi emprestado para Ipatinga, Náutico, Vitória, Goiás, Atlético Goianiense e Joinville.



"Cheguei muito novo, tive problemas de saúde e voltei ainda com um pé atrás do que poderia acontecer comigo. Me deram muitas oportunidades, não lamento porque eles foram muito compreensivos comigo".



Após o final do vínculo com Palmeiras, em 2012, o meia jogou pelo Busan IPark, da Coreia do Sul, antes de viver a melhor fase da carreira no Querétaro, do México, ao lado de Ronaldinho Gaúcho.



"Como o clube ficava em uma cidade menor, tinha muito respeito e carinho pelos jogadores. Se você está em um restaurante, eles esperam terminar de comer para falar e pedir foto. Eles te dão privacidade, não são inconvenientes".



Contratado pelo América, do México em 2015, ele se firmou como titular na atual temporada e marcou quatro gols em 26 partidas. Por ter faturado a última edição da Concacaf Champions League, ele participará do Mundial de Clubes deste ano.



"Ano passado não deu tempo de ir para o Mundial porque cheguei em cima da hora. Ficou aquela sensação de querer estar lá e não pude viver, mas tenho oportunidade de estar lá. É muito gratificante disputar essa competição e todo jogador sonha com isso".



O América do México estreará na competição contra o Jeonbuk Motors, da Coreia do Sul, neste domingo, às 5h (de Brasília).



"Será um jogo muito difícil, mas temos condições de passar. Nosso sonho é poder fazer a semifinal contra o Real Madrid e chegar até a final da competição. Seria lindo, ainda mais no ano do centenário do clube. Já vencemos a Champions, imagina a festa se conseguirmos essa proeza?".



VOLTA AO PALMEIRAS?



Outra alegria que William viveu neste ano foi como torcedor, já que viu o Palmeiras vencer o Campeonato Brasileiro depois de um jejum de 22 anos.



"Fiquei feliz demais com essa conquista. O clube não merecia ficar tanto tempo sem ganhar. O torcedor palmeirense vai comemorar muitos outros títulos nos próximos anos com certeza. O trabalho é muito bem feito, agora na Copa Libertadores é manter a base para vencer também".



Apesar de acompanhar bastante o futebol brasileiro, o jogador deseja permanecer o maior tempo possível no México.



"Minha volta ao Palmeiras será muito difícil por eu já ter 30 anos e ainda ter mais dois anos de contrato. Quem sabe a gente possa se reencontrar num Mundial de Clubes no futuro. Em 2017 o América não conseguiu a vaga, mas em 2018 quem sabe?".