Avó cobra de Jailson visita à Basílica: "Tem que agradecer"

Nascife Rodrigues Marcelino é devota de Nossa Senhora Aparecida e faz pedidos a santa pela proteção do neto; título do Verdão é bastante comemorado por ela

Nascife Marcelino, avó de Jailson, tem porta-retrato com foto do neto na estante onde exibe imagens de Nossa Senhora (Foto: Danilo Sardinha/GloboEsporte.com)



Na pequena sala da casa onde mora, em São José dos Campos, interior de São Paulo, dona Nascife Rodrigues Marcelino, 80 anos, expõe imagens de Nossa Senhora Aparecida. Seja em quadros, terços ou peças que reproduzem a imagem da padroeira do Brasil. Em todos os cantos, existem sinais de fé. E nas palavras de Nascife, declarações de agradecimento.



Avó do goleiro Jailson, campeão brasileiro com o Palmeiras, ela já pediu muito a Nossa Senhora pelo neto. Agora, agradece por ele ter chegado ao gol do Verdão e ter conquistado o título do nacional.



Com o fim do Campeonato Brasileiro neste fim de semana, dona Nascife quer ter alguns dias com o neto. Mas não planeja viagens para praias, para outros países... O que ela quer mesmo é levá-lo ao Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo, para juntos agradecerem pelo título do Palmeiras e pela renovação de contrato com o clube.



– É um lugar que gostaria que ele fosse e ele vai. Ele tem que agradecer Nossa Senhora. Ele já foi e deixou a camisa e a luva dele depois de um jogo que ele foi bem. Deixou lá para agradecer Nossa Senhora – disse, que costuma de vez em quando ir sozinha à Basílica para visitar a imagem da santa.



Dona Nascife foi uma das grandes incentivadoras de Jailson no futebol. Quando o arqueiro ainda era uma criança, ele fez uma promessa à avó que um dia jogaria no Palmeiras, clube de coração. E até o desejo ser realizado, ela viu ele passar por vários clubes do Brasil e só atingir a meta aos 35 anos de idade. Um motivo a mais para exaltar a perseverança do neto e, por que não, confiar em Nossa Senhora.



– Ele teve cabeça para não seguir caminhos errados. Porque filho de pais separados sempre dá problema. Graças a Deus e à Nossa Senhora, ele ficou comigo e não deu nenhum problema nessa coisa de droga. O negócio dele sempre foi ser um cara focado no jogo. É um homem digno. (...) Estava com medo de ele não renovar o contrato agora e começar a bater de um lado para o outro. É muito bom a gente ver ele assim. Ninguém dava nada para ele. Claro, ninguém confia se não vê o serviço da pessoa. Agora todo mundo está bajulando (risadas) – comentou.



A emoção em vê-lo cumprir o que havia dito quando criança foi grande. Emoção semelhante sentiu no jogo entre Palmeiras e Chapecoense, em que o Verdão faturou o caneco do Brasileirão. Na Arena do Palmeiras, Nascife viu de perto o goleiro comemorar o feito.



– Fiquei muito emocionada quando ele tirou a medalha do pescoço e pôs em mim. Eu me senti honrada. Porque ele passou pela mãe, pela irmã, pela esposa e pôs no pescoço da velha aqui. Foi direto no campo. Nos levaram lá para a premiação. Não sei nem como não desmaiei. O filme ainda está passando na minha cabeça. Comemoramos muito o título com uma 'fumacinha', não dá para passar em branco – comentou.