Por estatuto, polêmica com dona da Crefisa não anula eleição do Palmeiras, mas pode puni-la

Leila Pereira, da Crefisa, ao lado do então presidente Paulo Nobre, em evento no Palmeiras



A polêmica que agita os bastidores do Palmeiras desde o último final de semana não ameaça a eleição que levou Maurício Galiotte à presidência do clube, sucedendo Paulo Nobre. A hipótese levantada por opositores, segundo noticiou o UOL, não encontra, ao menos, respaldo no estatuto alviverde.



O imbróglio envolvendo Leila Pereira, dona da Crefisa e da Faculdade das Américas, principais patrocinadores palmeirense, nasce também no estatuto. É no documento que está prevista a cláusula que, para votar, é preciso ter, ao menos, "três anos completos (...) como associado titular de matrícula".



O questionamento em relação à Leila partiu do próprio Nobre, que afirmou que a empresária não tinha tempo suficiente como associada para concorrer a um lugar no Conselho, como ela pleiteia nas eleições do próximo mês de fevereiro - nesse caso, são necessários oito anos de atuação para concorrer.



As suspeitas fizeram com que opositores estudassem impugnar a eleição de Galiotte, como revelou o UOL, considerando que Leila, como "cabo eleitoral" do candidato, influenciou o pleito de maneira que seria ilegal. Com base no estatuto do Palmeiras, porém, a tese dificilmente seria aceita.



O artigo 53 do documento é o que descreve os requisitos que precisam ser cumpridos para que uma pessoa tenha direito a voto. Em seguida, no 54, o estatuto diz que é passível de anulação "qualquer deliberação tomada em Assembleia Geral na qual a consideração dos votos nulos altere seu resultado".



Acontece que Galiotte foi eleito presidente do Palmeiras com ampla maioria, com 1.639 dos 1.733 votos possíveis, com 94 votos em branco. Portanto, seria muito difícil argumentar que foi a suposta participação irregular de Leila que influenciou no resultado final do pleito, como exige o estatuto.



Se for comprovada qualquer irregularidade, porém, a dona da Crefisa pode ser punida "nos termos do artigo 36", com diz, textualmente, o estatuto. As penas descritas no documento vão de "advertência verbal" até a "exclusão" ou a "eliminação" dos associados "que descumprirem ou violarem" as normas.



"Constituem penas disciplinares (...) cuja aplicação terá intrínseca ligação à falta cometida e que ficarão registradas na respectiva ficha associativa, assegurado sempre ao infrator o direito de ampla defesa: a) Advertência verbal; b) Repreensão; c) Suspensão; d) Suspensão ou destituição de cargos ou funções; e) Cassação de títulos honoríficos; f) Exoneração por falta de pagamento; g) Exclusão; h) Eliminação."



Após o posicionamento de Nobre a conselheiros, sobre o tempo de Leila como associada, a empresária se manifestou publicamente contra o agora ex-presidente, indicando que poderia até processá-lo.



"Eu sou sócia do Palmeiras desde 1996, o Paulo Nobre está cansado de saber disso, nunca questionou nada. Acho muito estranho ele alegar isso no último dia do mandato. Por que não fez isso há dois anos, quando começamos a patrocinar o Palmeiras? Por que não fez há seis meses, quando me lancei candidata ao Conselho?", questionou ao jornal "Lance".



Após o posicionamento de Nobre a conselheiros, sobre o tempo de Leila como associada, a empresária se manifestou publicamente contra o agora ex-presidente, indicando que poderia até processá-lo.



"Eu sou sócia do Palmeiras desde 1996, o Paulo Nobre está cansado de saber disso, nunca questionou nada. Acho muito estranho ele alegar isso no último dia do mandato. Por que não fez isso há dois anos, quando começamos a patrocinar o Palmeiras? Por que não fez há seis meses, quando me lancei candidata ao Conselho?", questionou ao jornal "Lance".