Mas as previsões erraram por muito...



Atualmente, o "Verdão" está em 4º lugar do campeonato, com 54 pontos (54,5% de aproveitamento), 11 a menos que o líder Corinthians. O "Urubu" está ainda pior: 7º lugar, com 50 pontos (50,5% de aproveitamento).



Ou seja: o Palmeiras x Flamengo deste domingo, antes cercado de expectativa, virou apenas um "amistoso de luxo", valendo somente, para a fama dos clubes, uma vaga direta na próxima Libertadores.



Um retrocesso imenso em relação ao ano passado, já que no Brasileirão-2016 o clube do Palestra Itália foi campeão com um aproveitamento de 70% dos pontos, enquanto o time da Gávea foi 3º, com 62% de aproveitamento.



É difícil saber qual dos dois times mais frustrou sua torcida ao longo do ano, já que ambos contam com os maiores orçamentos do país e contrataram reforços milionários para a temporada, mas caíram cedo na Libertadores e mais tropeçaram que embalaram no Brasileirão.



No fim das contas, os resultados da dupla ficaram muito aquém do esperado - ainda que o Fla ainda tenha chance de conquistar a Copa Sul-Americana, enquanto os palmeirenses possuem muito (mas muito) remota de ainda faturarem o título brasileiro pelo segundo ano seguido.

Os presidentes



Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, e Eduardo Bandeira de Mello, mandatário do Flamengo, possuem personalidades muito diferentes, mas terminam 2017 sendo criticados de maneira igual por suas exigentes torcidas.



Galiotte, que assumiu no início deste ano, de cara agradou ao fortalecer a parceria com a patrocinadora Crefisa, que se comprometeu a injetar R$ 72 milhões em 2017 e mais R$ 78 milhões em 2018 nos cofres alviverdes. Com isso, chegaram reforços de peso, como o volante Felipe Melo, o meia Alejandro Guerra e o atacante Miguel Borja.



No entanto, após os fracos resultados no ano, Galiotte termina a temporada sendo detonado pela torcida, que considera que ele se omitiu em episódios polêmicos, como o afastamento de Felipe Melo após a eliminação nas quartas da Copa do Brasil, e os erros de arbitragem contra o Palmeiras na reta final do Brasileiro, além de ter se equivocado ao apostar em Eduardo Baptista no início do ano.



De fato, o atual presidente em nada lembra o antigo mandatário, Paulo Nobre, que adorava convocar coletivas para reclamar de arbitragens desfavoráveis ou dar sua posição sobre a polêmica do momento. Durante as várias brigas com a Crefisa durante 2017, o cartola também se manteve impassível, sem responder às várias declarações da presidente da operadora de crédito, Leila Pereira.



Já Bandeira de Mello segue com sua política de deixar as contas do Fla em dia, algo que fez com maestria nos últimos anos, além de investir pontualmente em reforços de peso, como os meias Diego e Éverton Ribeiro, além do atacante Paolo Guerrero, e acertar bons contratos de patrocínio para a equipe.



Mas, assim como Galiotte, o mandatário sofreu com muitas críticas durante a temporada, principalmente por ter segurado Zé Ricardo como técnico rubro-negro mesmo após a paciência da torcida se esgotar. Mas, ao contrário do palmeirense, Bandeira tem sangue quente e muitas vezes responde de volta.



Não foram poucas a vezes neste ano em que ele discutiu com torcedores nas arquibancadas, inclusive chegando a berrar e fazer gestos fortes. Já na queda da Libertadores, se exaltou com Mauro Cezar Pereira, da ESPN Brasil, após o Flamengo ser eliminado pelo San Lorenzo e cair ainda na fase de grupos.

Os dirigentes



Alexandre Mattos, do Palmeiras, e Rodrigo Caetano, gastaram muito em 2017 e conseguiram poucos resultados.



Mattos, por exemplo, torrou milhões na contratação de vários atletas: Borja, Guerra, Deyverson, Bruno Henrique, Felipe Melo, Antônio Carlos, Fabiano, Mayke, Luan, Hyoran, Keno, Michel Bastos, Raphael Veiga, Willian e Juninho.



O mais caro foi Borja, que custou mais de R$ 30 milhões. Acabou sendo também a contratação mais contestada, já que o colombiano ainda não engrenou com a camisa alviverde, esquentou o banco em muitos jogos e chegou a ficar num jejum de três meses sem marcar.



O executivo termina o ano bastante contestado por muitas escolhas, principalmente pelo fato dos dois últimos reforços (Bruno Henrique e Deyverson) terem vindo a alto custo do futebol europeu a pedido do técnico Cuca, que pouco depois foi demitido pelo clube.



Rodrigo Caetano, por sua vez, também investiu alto nesta temporada.



Foram R$ 23 milhões no meia Éverton Ribeiro e mais R$ 11 milhões no atacante Berrío, por exemplo. Isso sem contar Renê e Rômulo, enquanto Conca e Trauco chegaram de graça.



Inicialmente, Caetano foi muito elogiado por ter costurado a contratação por empréstimo de Conca, que chegou como uma das esperanças do Fla para este ano. No entanto, o argentino não conseguiu se recuperar fisicamente e não agradou a nenhum dos técnicos que passaram neste ano, fazendo só três partidas na temporada.



Contudo, devido aos resultados do time no ano, e ao futebol ruim de reforços como Rômulo, o dirigente chega a novembro em baixa. Recentemente, inclusive, a hashtag “#ForaRodrigoCaetano”, lançada pela torcida flamenguista, chegou aos trending topics do Twitter no Brasil, mostrando que a massa rubro-negra não está tão satisfeita assim com seu trabalho.

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