Foto: Friedemann Vogel / Getty Images
Se dentro de campo o treinador Ricardo Gareca ainda não conseguiu impor seu estilo de jogo no Palmeiras, fora dele seu jeito já é notório em entrevistas. Ex-jogador, o argentino sabe o que é estar entre as quatro linhas e, por isso, busca ser parceiro dos atletas como técnico. Após a derrota para o Corinthians por 2 a 0 no primeiro clássico em Itaquera, no último domingo, o comandante alviverde tratou de sair em defesa do elenco a cada crítica notada pela imprensa.
As perguntas referentes ao elenco foram várias durante os cerca de 15 minutos de entrevista de Gareca. Reforços, qualidade do elenco, disputa contra o rebaixamento... O argentino, que diz não se preocupar com o futuro, sofreu para tentar responder os questionamentos dos jornalistas sem afetar o time. A estratégia utilizada pelo comandante foi clara: elogiar o Corinthians ao invés de criticar o próprio elenco.
“Penso que vamos tentar fazer o melhor e que Palmeiras tem bons jogadores. Estamos em um processo dos jogadores conhecerem o corpo técnico, de encontrar um estilo e isso leva tempo. Você enfrentar times muito bons, que estão brigando pelo campeonato, é um problema nesta etapa. Penso que Palmeiras vai encontrar um rumo”, comentou o treinador, ao ser perguntado sobre a qualidade do time e da necessidade de reforços.
A forma de evitar criticar abertamente ao elenco ou à atuação dos jogadores é a forma que Gareca encontrou para se aproximar do grupo. Até aqui, o comandante, que chegou antes da Copa do Mundo e desde a parada para o Mundial trabalha com o elenco, não conseguiu repetir dentro de campo os bons momentos vividos no Vélez Sarsfield, mas já busca aprimorar o grupo.
Desde então, o Palmeiras se reforçou com indicações do argentino. Chegaram ao clube três atletas oriundos do país do técnico estrangeiro: o atacante Pablo Mouche, o zagueiro Tobio e, mais recentemente, o meio-campista Allioni. Perguntado sobre a dificuldade de o jogador brasileiro entender e exercer funções táticas, Gareca, contudo, saiu novamente em defesa do grupo.
“Penso que o jogador brasileiro consegue se adaptar a qualquer tática. Não tento mudar nada, tento facilitar o jogador brasileiro para que ele possa jogar da melhor maneira”, comentou.
Palavras de defesa, entretanto, não farão o Palmeiras de Ricardo Gareca evoluir no campeonato, e o argentino sabe disso. Em sua análise inicial, o treinador já identificou problemas na equipe, mas evita compartilhá-los com a imprensa. Às portas fechadas do vestiário, contudo, cobranças irão acontecer.
“O principal problema? Não costumo falar disso. Posso reconhecer o mérito rival, que o rival é superior, mas dar profundidade ao problema? Será com os jogadores, particular. Se tenho uma analise mais profunda, prefiro falar com os jogadores”, sacramentou o treinador.
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