Valdivia nega ter privilégios no Palmeiras: 'Tenho a mesma vaga no estacionamento'

Valdivia durante entrevista coletiva na Academia de Futebol do Palmeiras



"Tenho a mesma vaga no estacionamento, ao lado do Juninho".



Com essa frase, o meia Valdivia, que retornou ao Palmeiras na última quinta-feira, após sua negociação com o Al Fujairah (Emirados Árabes) fracassar, negou que tenha privilégios no clube em que viveu altos e baixos nos últimos quatro anos.



O meia, que deveria ter se reapresentado no Palestra Itália assim que soube do cancelamento da transferência pelo time árabe, ainda curtiu férias na Disney e ficou incomunicável antes de reaparecer no clube, na última quarta-feira. Apesar do sumiço, foi reintegrado ao elenco pela diretoria e pode ser aproveitado em breve pela comissão técnica.



Questionado se faz o Palmeiras de "gato e sapato", o chileno negou.



"O café da manhã é o mesmo. Quando pagam, pagam todos no mesmo dia. Se o horário do treino é 9h30, o meu também é. Quando tem coletiva, venho pra entrevista, mesmo contra a vontade. Os direitos de todos são os mesmos. É igual para todo mundo", defendeu-se.



O meia, porém, reconheceu que já aprontou algumas nos quatro anos desde que retornou ao Palmeiras, além de lembrar que passou por situações complicadas, como o sequestro relâmpago que sofreu em 2012 e a agressão de torcedores organizados no aeroporto de Buenos Aires, em 2013, depois de uma derrota para o Tigre, na Copa Libertadores.



"O que acontece é que, como tive muitos problemas de lesão, teve sequestro, a agressão na Argentina, que em qualquer lugar no mundo é imperdoável, não teve nada diferente comigo. Meu direito é o mesmo de todos", afirmou.



"É que tudo o que eu faço chama mais a atenção, porque sou um cara polêmico, que não vem aqui (na entrevista coletiva) para agradar. Venho para falar a verdade. Pode ser difícil acreditar, mas sou um cara sincero", prosseguiu.



"Toda vez que me machuquei, nunca foi mentira. Falam que não tenho comprometimento, mas venho, treino, jogo sempre que posso. Quem sabe se eu tenho ou não comprometimento é quem está aqui dentro. O resto é especulação", completou.



Com contrato até agosto de 2015 com o Palmeiras, Valdivia agora está entre as opções do técnico Ricardo Gareca para os próximos jogos da equipe no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil, competição que o chileno conquistou pelo clube em 2012.



Como a janela de transferências para o futebol do exterior fecha em uma semana, ainda há chance de chegar uma proposta pelo camisa 10. A do Al Fujairah, que não se concretizou, era de 5,5 milhões de euros (cerca de R$ 16,6 milhões).



O time alviverde irá entrar na Justiça para exigir reparação.



Entenda o caso



Em 14 de julho, o Palmeiras informou que havia recebido e aceito uma oferta de 5,5 milhões do Al Fujairah, dos Emirados Árabes Unidos, por Valdivia. O chileno viajou para o país do Oriente Médio e até posou para fotos com um cachecol da equipe, dando a impressão de que o negócio já estava sacramentado.



Depois disso, em acordo com os árabes, Valdivia viajou para os Estados Unidos, onde passou férias com a família, já que não havia tido um período de descanso após disputar a Copa do Mundo com a seleção do Chile, entre junho e julho.



Dias depois, no entanto, o próprio Fujairah afirmou que não havia chegado a um acordo financeiro e desistiu de contratar o camisa 10. A equipe dos Emirados também teria desistido de pagar ao Al Ain, ex-clube de Valdivia, uma multa de 2 milhões de euros exigida em contrato na volta do chileno ao Palestra Itália, há quatro anos.



Como ainda tinha contrato com o Palmeiras, o armador deveria ter retornado, portanto, ao clube paulista, mas ficou incomunicável nos EUA e "sumiu", deixando até mesmo seus familiares preocupados.



Na última quarta-feira, porém, ele apareceu na Academia de Futebol e treinou, fato que se repetiu nesta quinta. Ele está oficialmente reitegrado ao elenco.