Após se negar a dar entrevista, Gareca prefere passar folga na Argentina

Técnico procurava relação mais próxima e, agora, tem deixado jogadores mais expostos (Cesar Greco/Ag Palmeiras)



O Diretor executivo do Palmeiras, José Carlos Brunoro, disse que Ricardo Gareca vinha optando por uma relação mais próxima aos jogadores para o time se recuperar, mas a estratégia parece ter mudado. O técnico se recusou a dar entrevista coletiva após perder do Atlético-MG e, nesta segunda-feira, nem desembarcou com a delegação.



O clube informa que Gareca resolveu aproveitar a segunda-feira de folga para ir a Buenos Aires encontrar seus familiares. Como a equipe só volta a treinar na tarde desta terça-feira, há tempo necessário para fazer a viagem de volta sem problemas.



A postura do treinador, no entanto, mais uma vez expõe seus comandados. No Independência, coube a Henrique enfrentar as perguntas dos jornalistas e se posicionar para a torcida após a oitava partida seguida sem vitória do Verdão no Brasileirão. O mesmo ocorreu com todos ao desembarcar em Congonhas nesta segunda-feira.



Agustín Allione e Fernando Tobio, indicações do técnico, ressaltaram a busca por melhora nos treinamentos, enquanto Wesley, capitão em boa parte dos jogos com Gareca, não quis dar entrevistas. Como é praxe, o treinador não atenderia a imprensa no desembarque, mas sua ausência no voo já causa preocupação diante da pressão sobre o time.Nas horas seguintes à derrota para o Galo, surgiram rumores de que o argentino teria pedido demissão, mas Gareca jantou normalmente com a delegação e até trocou ideias pensando no jogo de domingo, contra o São Paulo. O Choque-Rei será o terceiro clássico do técnico e com maior pressão, já que ele só conquistou um ponto em cinco jogos no Brasileiro.



Com decisões intensamente contestadas no último semestre deste mandato, o presidente Paulo Nobre confia em Gareca, tanto que trouxe os argentinos Tobio, Mouche e Allione e acerta detalhes para anunciar Cristaldo, todos indicados pelo chefe. O rompimento do contrato, a princípio, só partiria do próprio técnico, não da diretoria.