100 anos de Verdão: Heitor, goleador e detentor de recordes centenários

14/8/2014 07:46

100 anos de Verdão: Heitor, goleador e detentor de recordes centenários

Atacante se perpetua na história, mas é um ídolo ‘esquecido’. Visionário e um verdadeiro atleta, foi o primeiro grande nome do Palestra Itália

100 anos de Verdão: Heitor, goleador e detentor de recordes centenários

Medalhas, recortes e lembranças de Heitor guardados pelo família (Foto: Reginaldo Castro)





Ao falar de grandes atacantes, o torcedor lembra de nomes como Evair, Edmundo e César Maluco. Nenhum, porém, foi tão goleador quanto Heitor, jogador do Palestra Itália e até hoje maior artilheiro da centenária história do clube.



Ettore Marcelino Domingues nasceu em 1899, e tornou-se Heitor pela dificuldade em pronunciar-se seu nome, de origem italiana. Vendedor de máquinas de escrever, ganhava dinheiro com este trabalho, e tinha no esporte a sua paixão.





– Meu avô era uma pessoa muito organizada, e adorava exercícios. Acordava cedo, caminhava, no prédio, não gostava de usar o elevador – conta Haroldo Marcelino Domingues, neto de Heitor.



O ex-atacante era um atleta. Jogador do Palestra entre 1916 e 1931, foi campeão paulista pelo time de basquete do clube, além de ter participado de competições de atletismo e vôlei. Treinar com o time de futebol não era o seu maior prazer.



– Ele era muito competitivo, não via necessidade em treinar. Então ia jogar basquete, dar aula de natação... E quando chegava em campo, era o que mais se destacava – lembrou a bisneta de Heitor, Viviane.



Rival de Friedenreich (maior nome do futebol na época) em campo, mas amigo do jogador fora dele, o ex-palestrino pregava a amizade entre rivais. Não foram poucas as vezes em que depois de um jogo juntou os atletas do Palestra Itália e seus adversários para jantarem em sua casa.





(RG do ídolo palestrino é guardado com carinho - foto de Reginaldo Castro)



Seu histórico no Verdão é invejável. Fez 358 jogos, e marcou 327 gols. Além de ser o maior goleador da história do clube, é quem mais marcou no Palestra Itália (173 vezes), e foi o primeiro a balançar a rede quando o clube tornou-se o proprietário do estádio, nos 7 a 0 sobre o Mackenzie, em 16 de maio de 1920. Apesar deste talento para gols, seus familiares valorizam o jeito visionário de Heitor.



– Ele sempre visionava certas coisas do futuro. Gostava de ver outros jogos, analisar o que faziam de certo, o que faziam de errado. Tinha uma pilha de anotações, de estratégias para estudo – citou Haroldo.



Já sem o mesmo pique, decidiu aposentar-se em 1931, mas não largou o esporte: seguiu a carreira de árbitro. Entre os feitos como juiz, trabalhou nos jogos de estreia do Pacaembu e da Rua Javari.

Orgulho de neto e bisneta, que seguem palmeirenses, Heitor deixou para eles como maior legado a união da família. Do Palmeiras, manteve-se torcedor até morrer, em 21 de setembro de 1972, mas sem o tamanho de seus feitos.



– Ele foi palmeirense até o último dia. Meu pai não podia mais levá-lo nos jogos, mas eu o levava, pois meu avô tinha pavor de dirigir. Ele sabia que tinha um certo reconhecimento, mas acho deve ter ido embora e não ter percebido a importância que teve para tudo aquilo que fez – falou o neto.





(Da esquerda para direita: Viviane, bisneta, Arthur, tataraneto, Haroldo, neto, Felipe, tataraneto e Daniele, bisneta)



Mesmo com todos os números, Heitor é um ídolo quase “esquecido”. Tanto da torcida, quanto do próprio clube, segundo a família.



– Eu vejo em comunidades de palmeirenses citando o Friedenreich e não citam o Heitor. Qual o nexo disto? As pessoas não têm a ideia do contexto histórico. O clube não fala conosco desde que lançaram o livro dele (em 2009).



Será que o Palmeiras sabe (o tamanho dos feitos de Heitor)? Acho que não – lamentou Viviane.



Ela lembra que esteve na sede do clube recentemente para conhecer a sala de troféus. Mas ela não foi recebida por ninguém da direção.



- Cheguei no clube e disse que era a bisneta do Heitor. Ninguém me recebeu. O faxineiro, que abriu a sala para gente, me disse: "Caraca, prazer te conhecer. Eu sou louco pelo seu bisavô". O faxineiro deu mais valor do que a diretoria. O clube abriu as portas, não que tenham fechado, mas eles não correm atrás de nada. Eles não dão nada, não chamam para nada - criticou.





MAIS RECORDES:



16

Gols dos 327 foram no Dérbi: é quem mais marcou contra o Corinthians até hoje. Foi campeão paulista em 1920, 26 e 27, e o primeiro do clube a marcar pela Seleção Brasileira.



6

Gols em um único jogo (vitória por 11 a 0 em cima do SC Internacional-SP, em 1920), que é o recorde do Verdão.















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