100 anos de Palmeiras - Marcos se declara: 'É minha casa, minha história'

19/8/2014 07:52

100 anos de Palmeiras - Marcos se declara: 'É minha casa, minha história'

Títulos, polêmicas, lesões e milagres marcaram os 20 anos do ídolo no Palmeiras. Mas é seu amor ao clube que marca a torcida. Ele ainda se revolta com quem 'não sofre'

100 anos de Palmeiras - Marcos se declara: 'É minha casa, minha história'

Marcos: 20 dos 100 anos do Palmeiras tiveram o Santo (Foto: Ari Ferreira /LANCE!Press)



Marcos Roberto Silveira Reis, 41 anos, sendo 20 de Sociedade Esportiva Palmeiras. 532 jogos. Segundo maior goleiro a vestir a camisa alviverde, a única de sua carreira. É o maior dos 100 anos de história para muitos palmeirenses. A explicação para a idolatria o próprio tem.



– Talvez não tenha sido o maior goleiro da história, mas fui pelo menos o mais leal – afirmou o Santo.



Marcos não entra em campo desde 18 de setembro de 2011, num empate em 1 a 1 com o Avaí, fora de São Paulo. É na capital paulista que o Santo vive hoje, perto do Palestra Itália, sua primeira e eterna casa.



O ídolo não tem mais os cabelos do início de carreira, em 1992, ano em que chegou ao clube e morou debaixo da antiga arquibancada do estádio antes de virar, por três anos, um “intruso” na casa do goleiro Sérgio, titular no título paulista de 1993. Mas tem ainda a língua afiada e a indignação por quem não honra a camisa, algo que por muitas vezes o prejudicou.



Longe do ambiente da Academia, vê jogos, corneta e até hoje se revolta quando lembra ter visto “sambinha” no vestiário em dias de crise.



– Eu soltava umas bombinhas que davam problema, mas era o que o torcedor sentia. Talvez eles se identifiquem comigo por isso – afirmou.



Algumas das críticas que Marcos fazia na imprensa não eram novidades para o grupo. Antes de pegar pesado ao público, muitas vezes a cobrança já tinha acontecido dentro do vestiário.







A língua já o complicou antes mesmo de se consagrar no clube.

– No começo de 1999, tinha o Rio-São Paulo e o Palmeiras não entrou com os titulares. Era eu no gol, com reservas e só tomamos sapatada. O time bom estava de férias. Falei na imprensa que queria o time de verdade, aquele era de mentira. Foi a primeira declaração que quase me lascou na vida. Quase acabou minha carreira – lembrou, dando risada.



O Santo campeão da Libertadores sorriu e chorou muito pelo Palmeiras. Sofreu com lesões que o impediram de passar Emerson Leão, goleiro recordista de jogos, com 617. Passou noites em claro estressado por fases turbulentas que encarou a partir de 2002, ano em que o Palmeiras caiu e ele recusou uma oferta do Arsenal (ING) para jogar a Série B.



Engana-se quem pensa que a maior alegria nas lembranças do goleiro é a conquista da América, ou o pênalti que defendeu de Marcelinho em 2000. É ter ficado para vencer a Segundona. Palavras de Marcos, que vai, até o fim do ano, ganhar um busto nas alamedas do Palestra Itália.



– É uma coisa que tenho orgulho, “velho”. É para a eternidade. No Allianz Parque, por muito tempo, vão ver minha “carona” lá. Não é essa beleza toda (risos), mas é legal para filhos, netos. É um reconhecimento maravilhoso.



Fiquei no clube nas boas e nas más, mais até na ruim do que na boa, aliás. Poderia ter saído, conquistado mais títulos. Defendi sempre o que achei certo. Esse reconhecimento é o que me faz não ter arrependimento nenhum na vida.







Quando questionado pelo L!Net sobre qual o seu jogo inesquecível entre os 532, também não foram os óbvios que vieram à mente do ídolo. Após alguns segundos de pausa, pensou e elegeu, curiosamente, uma derrota: 1 a 0 para o River Plate (ARG), na semifinal da Libertadores de 1999. Um tropeço que, na época, foi comemorado como vitória devido ao massacre dos argentinos, que pararam em defesas milagrosas. Na volta, o Verdão venceu por 3 a 0 e avançou para a grande decisão.



Da final, contra o Deportivo Cali, a única lembrança fresca na memória é o pênalti que Zapata mandou para fora definindo a competição.



– A melhor defesa que eu fiz, nem relei na bola – brincou o Santo.



Como titular, Marcos ganhou a Copa Libertadores, o Paulistão de 2008, a Série B de 2003 e o Rio-São Paulo de 2000. Como reserva, fez parte do grupo bicampeão estadual e nacional, em 1993 e 94, da máquina dos 102 gols no Paulista, em 1996, e dos títulos da Copa do Brasil e Mercosul, em 1998. Como palmeirense, ganhou algo que não tem preço: a idolatria de milhões dos torcedores, que foram às ruas para uma procissão após o anúncio do adeus, no início de 2012.



Nos primeiros minutos do dia 12/12/2012, foi o ídolo reverenciado pela torcida no Pacaembu lotado.



BATE-BOLA: MARCOS

‘A torcida é traumatiza por duas quedas’

Evair costuma dizer que o Palmeiras é para poucos. Concorda?



A cobrança sempre foi muito grande. Isso acontece em qualquer clube grande. Quando se ganha um título, ele é muito comemorado. Ultimamente estão sendo raros. Você anda na corda bamba. Se ganhar, é reconhecido a vida toda. Se perder, é cobrado. A pressão é grande, a torcida é exigente. A torcida do Palmeiras é muito apaixonada.



Você esperava por um momento mais tranquilo para os 100 anos?



A torcida é traumatizada por dois rebaixamentos próximos. Ninguém quer que aconteça. O torcedor fica com medo. Mas é cedo. O jogador precisa de tempo para se adaptar. Quando um brasileiro vai para fora, tem uma temporada para se adaptar. Aqui queremos o cara nas melhores condições em três jogos. Quando se entra na zona de rebaixamento o clima fica mais conturbado.



Você já foi colocado em várias seleções do centenário. Você se considera o melhor em 100 anos?



Eu fico orgulhoso quando apareço na frente, mas sei que sou de outra época, uma época com cobertura mais ampla. Os mais jovens é que votam, pegaram minha fase. Muito pouca gente viu Valdir, Leão, Oberdan. Fico orgulhoso, mas minha fase é diferente.



O Palmeiras tem grandes goleiros. Não me acho o melhor, e não é falsa humildade. não é falsa humildade. Eu conheço a história das grandes lendas. Joguei em época com mais cobertura da imprensa, a visibilidade foi maior. Eu peguei a melhor fase de mídia, então sou mais lembrado. Não faço questão de ser o primeiro numa história de 100 anos do Palmeiras.



Quem foi o melhor?



Eu votaria no Velloso, porque vi muito ele jogar, por todos títulos que conquistou. Não vi muito do Leão, lembro vagamente. Velloso foi meu ídolo que vi jogando. Quando cheguei, era difícil treinar com o cara, você fica com vergonha. Não podia errar. Eu trabalhei com Carlos, Fernandez.



O cara inteligente olha, aprende, pede conselhos. Sempre fui humilde nesse sentido, pedia para olharem meus defeitos. Todos me ajudaram. Eu nem acreditava que estava do lado do Velloso.



Mas depois de 15 dias já dava tapa na cabeça dele (risos). Uma vez ele se machucou numa dividida comigo, nunca levou isso como um ato de maldade de minha parte.



SENTIMENTO EM VERDE E BRANCO, por Marcos:



O Palmeiras para mim é:



"Minha história, a quem devo tudo. Representa minha vida, minha casa. Não tem um dia que eu acorde que não tenha de falar em Palmeiras. Faz parte da minha vida, foi minha família pror 20 anos. Jamais vou apagar da minha vida"



A maior alegria que tive no Palmeiras foi...



"Minha maior alegria foi poder ter ficado em 2003, sabendo que era uma aposta que me daria moral ou jogaria para baixo, e subir para a Série A. Não era Série B facinho como hoje. Fiz uma aposta e deu resultado."



A minha maior tristeza no Palmeiras foi...



"A falha do Mundial (1999, no Japão), até porque eu me preparei muito para poder voltar lá e nunca tive essa chance."



Para mim a torcida do Palmeiras representa...



"É meu motivo de orgulho hoje em dia. É um sentimento, carinho, uma coisa que me dá animação."



O meu jogo inesquecível no Palmeiras é...



"Gosto de escolher jogos diferentes. River Plate x Palmeiras, em 99. Foi um dos jogos que mais peguei bolas difíceis."





RIVER PLATE (ARG) 1x0 PALMEIRAS

RIVER PLATE: Bonano, Lombardi, Sarabia, Berizzo e Sorín; Astrada, Berti, Escudero e Gallardo, Saviola e Angel (Castillo). T: Ramón Díaz

PALMEIRAS: Marcos, Arce, Júnior Baiano, Cléber (Roque Júnior) e Rubens Júnior; Galeano (Oséas), Rogério, César Sampaio e Zinho; Alex (Rivarola) e Paulo Nunes. T: Luiz Felipe Scolari

ÁRBITRO: Ubaldo Aquino (PAR)

GOL: 3’ 2ºT Berti (1-0)

CARTÕES: Júnior Baiano e Astrada.

LOCAL: Monumental de Nuñez, Buenos Aires (ARG)

DATA: 19/5/1999.

COMPETIÇÃO: Libertadores, semifinal (jogo de ida)























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