Mercato - A evolução do mercado de transferências de futebol na Europa

O "mercato" é o período em que jogadores de futebol podem ser transferidos de um clube para outro. Existem dois períodos: no verão, do início de junho ao início de setembro, e no inverno, em janeiro. Até o final dos anos sessenta, os jogadores estavam vinculados aos seus clubes por toda a vida e eram transferidos apenas por capricho dos líderes que desta forma, conseguiam baixar os salários. Na década de 1970, após uma dura batalha sindical, os jogadores tiveram seus contratos limitados. O mecanismo de transferencia foi profundamente modificado pelo acórdão Bosman, uma decisão do Tribunal de Justiça Europeu de 15 de dezembro de 1995, que aboliu as quotas de nacionalidade na UE. Os clubes agora podem envolver quantos jogadores europeus quiserem, o que imediatamente



levou a um aumento nas transferências.







No espaço de várias décadas, os preços dos jogadores de futebol explodiram e no verão de 2017, o mercado de transferências entrou em uma nova era, a de excessos. No final de agosto daquele ano, o Paris-Saint-Germain pagou mais de 220 milhões de euros pelo passe do brasileiro Neymar, de 25 anos. Uma transferência recorde que não saciou os líderes parisienses, pois eles negociaram em seguida a transferência do jogador de



Mônaco, Kylian Mbappé, de apenas 18 anos, por mais de 150 milhões euros. Quantias malucas que revelam uma explosão real de preços no mercado de transferências europeu.







O aumento dos valores nas transferências dos jogadores é multifatorial. Em primeiro lugar,a globalização e internacionalização do futebol causou um aumento considerável no valor dos direitos televisivos: 1,3 mil milhões de euros na Inglaterra, 1 bilhão na Espanha, 945 milhões na Itália, 748 milhões na França, etc. Soma duas a três vezes mais alta que na



época de Zidane. Os clubes, cujos orçamentos dependem em média de 60% desses direitos de TV, tornaram-se mais ricos e dispõem de meios para gastar mais.







Essa mesma globalização também atraiu novos investidores estrangeiros, que gastaram



muito dinheiro e apoiaram os orçamentos de seus respectivos clubes. Em virtude disso, o número de torcedores aumentou, o que permitiu um aumento considerável das receitas.



Com mais torcedores em todo o mundo, são vendidas mais camisetas, brindes, ingressos,etc.







Desde 2010, o mercado de transferências europeu também está sujeito às regras do fair pal financeiro. A partir disso, os clubes que se classificam para as competições da UEFA precisam provar que não contraíram dívidas atrasadas em relação a outros clubes,



jogadores, segurança social e autoridades fiscais. Em outras palavras, precisam comprovar que pagaram suas contas.



Um sistema de transferência regulamentado para garantir a equidade esportiva e o equilíbrio competitivo entre os clubes de futebol é mais do que necessário. Algo mais deve



ser feito para não permitir que a lógica dos lucros e do ultraliberalismo capture o espírito principal do futebol, o esporte mais popular do mundo.







Veja neste link, quem chega e quem sai nos grandes clubes europeus em 2019.