Dorival Júnior é o novo técnico alviverde (Foto: Reginaldo Castro/LANCE!Press)
A semelhança entre Dorival Júnior e seu antecessor, Ricardo Gareca, não vai muito além da ofensividade que ambos gostam de ver em seus times.
O novo técnico do Palmeiras, anunciado nessa quarta com vínculo até junho de 2015, foi escolhido justamente pelas diferenças em relação ao argentino.
Um dos conselheiros que pediam a saída de Gareca a Paulo Nobre reproduziu, ao LANCE!Net, o que falou diretamente ao presidente:
- Gareca não tem a mínima noção do futebol brasileiro. Ele não conhecia os adversários e não sabe o que significa brigar contra o rebaixamento no país - opinou.
O mandatário entendeu o recado. Ao escolher Dorival, único nome cogitado, julgou pular uma etapa que o “hermano” não havia conseguido superar: a da adaptação.
Além de conhecer bem o clube - é sobrinho do ídolo Dudu e atuou como volante no Palmeiras entre 1989 e 1992 -, o novo comandante sabe o que é brigar contra a degola, algo que Gareca jamais havia vivenciado: apesar de não ter obtido êxito no Vasco e no Fluminense em 2013, Dorival carrega em seu currículo uma grande reação com o Atlético-MG, no Brasileiro de 2010.
- O atleta trabalha, se entrega, e os resultados não acontecem. Acaba gerando um pânico que desestabiliza toda a instituição. Convivi com isso ano passado e sei como é difícil. Convivi em 2010 com o Atlético-MG também, senti o quanto dói - falou Dorival, ao ser apresentado.
Nobre abusou das referências ao passado alviverde do novo contratado e até lhe entregou uma camisa 5 para recordar os tempos de volante. Mas Dorival olha só para a frente:
- Não cheguei aqui porque sou sobrinho do Dudu ou porque tive passagem pelo clube. Cheguei aqui, acredito, pelo meu trabalho.
Espero retribuir essa confiança, me sinto preparado, como me sentia em todas as equipes em que trabalhei - disse.
Com o treinador, chegam o auxiliar-técnico Lucas Silvestre, que é seu filho, e o preparador físico Celso Rezende, que o acompanha há 11 anos. O salário será de R$ 200 mil, mais bônus por metas: a maior delas, ele admite, é fugir do rebaixamento.
DORIVAL CONTRA A DEGOLA
Atlético-MG
A tarefa era mais complicada do que a atual: o Galo estava havia 15 rodadas na zona de rebaixamento, e não se acertava com Vanderlei Luxemburgo. Sob o comando de Dorival, foram 14 jogos, com sete vitórias, três empates e quatro derrotas. Com o retrospecto, salvou o time da degola, e ainda obteve uma vaga na Sul-Americana. Foi demitido em agosto de 2011.
Vasco
Assumiu o time na nona rodada no Brasileiro do ano passado e ficou até a 31ª. Não foi bem: obteve seis vitórias, oito empates e dez derrotas. Um aproveitamento de 36%. Deixou o time, mas ainda assim o Cruz-Maltino acabou rebaixado à Série B.
Fluminense
Chegou para tentar salvar o time da degola. A meta era chegar a 46 pontos, e ele conseguiu, com três vitórias, um empate e uma derrota, um aproveitamento de 66%. Isto, contudo, não foi suficiente para evitar a queda, nos campos, do time carioca, que depois seria salvo pela polêmica envolvendo a Portuguesa no STJD.
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