Com seis pontos em 39, Verdão recebe incentivo insistente do técnico

Dorival faz questão de se aproximar do elenco, que nunca esteve nas mãos de Gareca (Cesar Greco/Ag Palmeiras)



Ricardo Gareca fazia questão de demorar cerca de uma hora para aparecer no gramado da Academia de Futebol, deixando seu preparador físico, Néstor Bonillo, falar com o elenco e raramente treinando na sua reta final no clube. Com esse método, o argentino teve participação quase integral no desempenho que fez o Palmeiras somar apenas seis dos últimos 39 pontos que disputou no Brasileiro. Escolhido para evitar o rebaixamento, Dorival Júnior adota estratégia oposta.



O treinador conversa seguidamente com o elenco. Na véspera do duelo contra o Criciúma, confronto direto para evitar o descenso, conversou com titulares e reservas tanto antes quanto depois do coletivo. Além de indicações táticas, fez discursos de incentivo, inclusive elogiando a equipe por ter empatado com o Atlético-PR, na Arena da Baixada, mesmo com um a menos desde os 17 minutos do segundo tempo.



"Ele nos passa bastante confiança. Nas conversas, falou que temos uma boa oportunidade para ganhar do Criciúma e que, pela nossa atitude e disposição, poderíamos ter ganhado o último jogo", contou Diogo, relatando que Dorival também se preocupou em recuperar seus atletas sem deixar de treinar.



Enquanto Gareca frequentemente deu folga geral de segunda-feira, aproveitando para passear em Buenos Aires, Dorival abriu mão até de treino apenas regenerativo horas após a volta do elenco de Curitiba. Em compensação, praticamente proibiu os titulares de exagerarem na correria durante atividade tática na qual apenas cones simulavam adversários."Ele assistiu ao nosso jogo contra o Atlético-MG (derrota sob o comando de Alberto Valentim que eliminou o clube da Copa do Brasil), viu os defeitos e, na base da conversa mesmo, está tentando acertar o time. No último jogo, já deu uma acertada. Está conversando bastante para colocar em prática o que quer", relatou Diogo.



O atacante tem aprovado o contato com o técnico que, nesta terça-feira, comandou apenas seu quarto treino no Verdão. "É um treinador que gosta bastante de atacar, já tinha visto que é bem ofensivo em outros times dele que acompanhei. Mas também se preocupa com a defesa. Contra o Criciúma, o time vai ter mais a cara dele."



A esperança é que a cara de Dorival mantenha o time na primeira divisão. Antes dele, com Alberto Valentim, a equipe até ocupou os quatro primeiros lugares, mas o interino entregou o time a Gareca com duas derrotas e um empate. O argentino foi ainda pior, com só uma vitória, um empate e sete derrotas, desempenho que chegou a deixar o clube na última posição e faz até a torcida esquecer que o Verdão já teve uma boa fase nesta liga nacional.



"Às vezes, o futebol é assim. Não é uma ciência exata. Mas, da mesma forma que hoje não lembram a fase boa do Palmeiras, também não quero lembrar a fase ruim. Ganhando do Criciúma, estaremos mais motivados para iniciar já uma nova fase. Para isso, encaramos cada partida como uma final, ainda mais pela situação incômoda que estamos", declarou Diogo, titular do time que só está fora da zona de rebaixamento por conta de critérios de desempate.

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