Sentado em sua mesa na Academia de Futebol, Paulo Nobre abriu um canivete, olhou para a reportagem do LANCE! e brincou: “Vamos começar a entrevista”. Obviamente, foi apenas uma piada. A reportagem fez as perguntas que bem entendeu. Nobre responde aquilo que pode falar.
O presidente do Palmeiras, em 13 meses de mandato, mostra-se muito bem preparado quando está em público. Sabe o efeito de cada declaração, dentro e fora do clube. Não atende a imprensa por telefone, dá poucas entrevistas. Ruim para os jornalistas (longe de ser o fim do mundo, que fique bem claro), mas é saudável para o Palmeiras, com seu ambiente historicamente complicado.
A postura de Nobre chama ainda mais atenção na comparação com os ex-presidentes. Você jamais verá o atual dirigente atendendo o telefone e dizendo que é o irmão, como já fez (mais de uma vez) Arnaldo Tirone. Improvável também que Nobre atenda uma ligação após um jogo e ameace bater em um árbitro, como Luiz Gonzaga Belluzzo, a este L!, em 2009. E o último, aliás, é muito bom com as palavras.
Nobre sabe que suas declarações têm reações. Não à toa fez certa pressão na WTorre sobre a entrega do Allianz Parque, nesta sua última entrevista. Também sabe o que quer quando avisa, com frase até antipática, que não irá baixar o valor dos ingressos: quer mais sócios no Avanti. As respostas mais “polêmicas” têm alvos.
Nobre falou grosso, com toda razão, quando peitou a Mancha Alviverde após a briga da Argentina, em 2013. Exagerou no tom contra o elenco, na eliminação para o Atlético-PR na Copa do Brasil. Raros momentos de explosão. O fato é que o presidente tem muito cuidado com o que fala.
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