Renato e Victor Luís, dupla revelada no Verdão, posa para reportagem do L!Net(Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)
Era novembro de 2012, contra o mesmo Flamengo que o Palmeiras enfrenta no Pacaembu, nesta quarta-feira. Vinicius, 19 anos, saiu do banco e fez gol no empate que decretou a queda para a Série B. Bruno Dybal, 18, também participou do jogo, enquanto Patrick Vieira, 20, e João Denoni, 18, foram titulares na reta final da campanha. Os nomes hoje são outros, mas o cenário é parecido.
Em meio à briga contra a degola, o clube se vê obrigado a apelar aos garotos. Sábado, contra o Fluminense, cinco titulares eram da base: Fábio (24 anos), Nathan (19), Victor Luis (21), Renato (22) e Patrick Vieira (22), um recorde na temporada. Os quatro primeiros devem ser mantidos no duelo com o Rubro-Negro.
Onze atletas revelados pelo Palmeiras foram utilizados no Brasileirão, sem contar os já experientes Bruno e Wendel. Os jovens são: Fábio (18 jogos), Renato (15), Victor Luis (11), Wellington (4), Patrick Vieira (3), Érik (3), Nathan (1), Gabriel Dias (1), Eduardo Jr. (1), Miguel (1) e Chico (2) - os dois últimos já deixaram o clube. O elenco ainda tem Mateus Muller e Thiago Martins, que não jogaram, e João Pedro e Léo Cunha têm treinado no CT.
A diretoria vibra com o que entende ser um sinal de bom uso da base, embora a ascensão de todos esses jovens não seja resultado só de planejamento, mas também de emergências. Prova disso é que nenhum garoto foi titular nas três primeiras rodadas do Brasileiro. Desde então, o elenco enfraqueceu e ao menos um foi utilizado por partida.
Nathan, por exemplo, ainda reveza entre o grupo principal e o sub-20, mas estreou como titular em pleno Maracanã e tendo pela frente o experiente Fred, camisa 9 da Seleção na última Copa do Mundo. Apesar da fogueira, o garoto agradou e seguirá no time graças às diversas baixas.
Prata-da-casa que mais jogou, o goleiro Fábio só está atuando porque Fernando Prass sofreu grave lesão no cotovelo. Já o volante Renato e o lateral-esquerdo Victor Luis acumularam experiência em empréstimos a clubes portugueses entre 2012 e 2013, voltaram para compor elenco e acabaram se firmando no time.
– Infelizmente, isso pode acontecer (se queimar). Mas não temo, porque trabalhei a vida toda para estar aqui – disse Renato.
Wellington é mais um que acumulou experiência em outras equipes antes de virar opção na zaga. É o que a diretoria considera ideal, mas o atacante Érik, 20 anos, foi acionado “só” para tentar resolver os jogos contra Santos, Cruzeiro e Corinthians. Falta lapidar?
Bate-bola com Renato, volante da base alviverde
Nesse momento difícil, o jogador revelado pela base fica mais triste com o rendimento ruim do time?
Eu fico muito triste porque o Palmeiras foi quem abriu as portas para mim. Tenho pouca coisa na vida, mas tudo que eu tenho foi o Palmeiras que proporcionou. Os meninos da base ficam tristes, mas temos que ter na cabeça que estamos no profissional. O Palmeiras depende da gente e nós dependemos do Palmeiras, temos de assumir a responsabilidade de tudo.
As falhas do Fábio têm pesado?
O Fábio, para mim, é um excelente goleiro. Eu já falhei, ele já falhou também... Antes (diziam que) éramos as maiores revelações da base, e depois das falhas começaram a criticar. É normal, temos confiança no Fábio, confiamos no trabalho dele.
Quando você está em má fase, prefere ser poupado e treinar mais ou continuar jogando?
A única pessoa que pode mudar a imagem de um jogador que erra é ele mesmo. Ninguém vai querer ficar fora, porque senão não mostra o valor que tem. Quanto mais joga, mais confiança você pega com a equipe. Se o time está mal, as pessoas procuram um ou outro para colocar defeito, mas a gente tem que focar. Hoje você pode ser crucificado, depois faz um gol e dá a vitoria para o seu time.
Os jogadores da base, por já conhecerem o clube, estão prontos para a responsabilidade?
Fico triste pela posição em que estamos brigando, porque acho que o Palmeiras tem que brigar por coisas grandes, mas a responsabilidade tem que ser repartida. Não é só quem está vindo da base, mas os mais experientes também. Com a responsabilidade dividida, com todos focados, temos tudo pra sair dessa situação. A cobrança tem que ser de todos. Não quero que não critiquem quem sobe da base. A partir do momento que sou do elenco profissional, tenho que receber cobrança normal, igual a todos.
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