Nova joia do Verdão, Nathan avisa: 'Jogar no profissional é mais fácil'

Volante de origem, jovem de 19 anos está sendo utilizado como zagueiro por Dorival Júnior. 'Foi pra dentro' de Fred na estreia e fará dupla com Lúcio contra o Fla

Nathan, 19 anos, ainda tem cara de menino. Mas joga sério (Foto: Ari Ferreira/ LANCE!Press)



Nathan tem só 19 anos, mas não se intimida. Estreou pelo Palmeiras em pleno Maracanã, marcando o experiente Fred, e conseguiu agradar o técnico Dorival Júnior mesmo com a derrota por 3 a 0. Tanto que será titular novamente às 22h desta quarta-feira, contra o Flamengo, no Pacaembu. Há duas semanas, o zagueiro estava no time sub-20 - ele ainda não sabe se voltará para lá quando o departamento médico esvaziar. É muito diferente jogar no profissional?



- É. Aqui é bem mais fácil. A gente acha que vai ser mais difícil, mas o pessoal que está em volta é muito experiente e fica tudo mais simples. Achei que ia entrar meio desesperado, meio afoito, mas eles passaram muita tranquilidade - contou ele, em entrevista ao LANCE!Net.



Lúcio, desfalque contra o Fluminense por causa de uma lesão, adotou o novato e passou algumas dicas sobre o que ele iria encontrar.



- Um dia antes do jogo, o Lúcio falou comigo sobre o Fred, que ele ia se jogar muito, chamar falta, proteger muito. Foi o que aconteceu. Ele protegeu, se jogou, mas eu fui para dentro dele (risos) - brincou Nathan.



Nessa terça, ele bateu mais um papo com o veterano. Os dois treinaram lado a lado e formarão a dupla de zaga titular diante do Rubro-Negro.





Lúcio, David Luiz e Victor, o irmão mais velho, são os ídolos de Nathan (FOTO: Ari Ferreira)



- Eu sou vassoura nova, né? Tenho muito chão para varrer ainda. O Lúcio é um cara experiente, de Seleção, com Copa do Mundo nas costas. Tudo o que ele falar para mim vai ser bom, vai servir de exemplo - discursou o jovem, que admitiu ter o pentacampeão como ídolo, assim como David Luiz, defensor do PSG (FRA).



O outro jogador que ele admira é bem menos conhecido: Victor Cardoso, seu irmão mais velho, meia driblador que está jogando no time de uma universidade de Miami (EUA). Os dois começaram a jogar juntos no colégio em que estudavam, na Vila Mariana, e passaram por Ypiranga, Portuguesa e São Paulo antes do Palmeiras. Victor, hoje com 21 anos, deixou o país quando estava no sub-15 e aconselhou Nathan a ficar.



- Ele é melhor que eu, com certeza. Habilidoso, rápido... O cara é fera. Tudo o que eu sei de futebol, foi com ele que aprendi. O sonho é dos dois.



Veja um bate-bola exclusivo com Nathan:



LANCE!Net: Você diz que é mais fácil jogar entre os profissionais. Não é um mérito seu não sentir a pressão?



Nathan: Não, porque eu fico mais nervoso em jogo do sub-20 do que fiquei nesse (contra o Flu). Foi até estranho. Acho que eles (companheiros de clube) influenciaram bastante.



Na Copa São Paulo Júnior, você jogou no meio, como volante. Qual é sua posição de origem?



Sempre fui volante. Teve uma época em que joguei de meia, de atacante... Mas pode me colocar em qualquer posição que não vai faltar vontade, não vai faltar garra. Pode colocar que vou dar conta do recado.



Não é ruim subir para o profissional com o time em crise?



Não. Se a gente está aqui, é porque tem capacidade. E se chamaram para o profissional, é porque acreditam nessa capacidade. A gente é jogador, tem que estar pronto.



Como foi sua trajetória?



Se eu estou aqui hoje, tenho que agradecer ao meu irmão Victor. Tudo o que eu tenho de base, aprendi com ele. Sempre onde ele estava, eu estava também, comecei a jogar bola por causa dele. Ele ia jogar bola, eu ia atrás. Ele ia para a pelada, eu ia junto.



É um sonho jogar com ele?



A gente sempre jogou junto. Ele era artilheiro, fazia muito gol, sempre era o destaque. Eu só ia atrás, mais para apoiar ele, porque a estrela era ele. Até jogamos juntos aqui. O Alecsandro (Flamengo) é irmão do Richarlyson (Vitória), então a gente se via nessa situação. Um jogar com o outro, ou contra o outro no profissional.



Já falou com ele depois do jogo contra o Fluminense?



Eu falei que ia marcar o Fred, e depois do jogo ele falou: “Pô, você marcou o Fred e ele fez dois gols?”. Ele fica me zoando, me enchendo o saco (risos).