Diretoria bate cabeça em meio à crise e Omar sofre pressão no Palmeiras

Pessoas ligadas ao presidente querem que gerente de futebol dê explicações sobre o péssimo rendimento de um elenco que sempre recebeu salários em dia

Omar Feitosa é alvo de críticas no Verdão (Foto: Ale Cabral/LANCE!Press)



O caos visto em campo é reflexo dos bastidores do Palmeiras. Na pior crise da atual gestão, inflamada pela histórica derrota por 6 a 0 para o Goiás, Paulo Nobre e seus pares batem cabeça.



Procurado pelo LANCE!Net nessa segunda-feira, dia seguinte à humilhação, o presidente preferiu não se manifestar. Quem esteve com ele nos últimos dias, antes mesmo da goleada em Goiânia, notou um homem "de farol baixo, com fisionomia cansada e expressão triste".



- O Paulo deve estar péssimo - disse um de seus interlocutores.



Quem falou após a partida e prometeu providências foi o diretor-executivo José Carlos Brunoro, justamente no momento em que se encontra mais afastado do futebol - o contrato dele termina no fim do ano e dificilmente será renovado, mesmo em caso de reeleição.



Hoje, Nobre dá mais ouvidos aos vices Maurício Galiotte e Genaro Marino. Um exemplo disso é o recente "caso Valdivia": expulso contra o Flamengo, o jogador sofreu uma punição inédita na atual gestão e foi multado horas depois de Brunoro defendê-lo publicamente.



O gerente de futebol Omar Feitosa é o maior alvo da fritura interna. Pessoas ligadas à diretoria querem que ele seja cobrado pelo péssimo rendimento de um elenco que sempre recebeu salários em dia e que não tem motivos para fazer "corpo mole" - a presença de Ricardo Gareca, um estrangeiro, era motivo de suspeita. Opositores dizem não saber qual é a função dele. Por outro lado, aliados de Nobre admitem que o grupo é fraco.



- Vários jogadores que estão lá não são muito favorecidos tecnicamente - reconheceu um dirigente.

Quem sofreu com a fúria da torcida foi Brunoro. Palmeirenses vazaram seu telefone na internet e o bombardearam com mensagens agressivas. A culpa é de quem?



PILARES DA CRISE



Trocas de técnicos - Já são três técnicos no ano, sem contar Alberto Valentim, duas vezes interino. Gilson Kleina, questionado após a eliminação no Paulista, em março, caiu só em maio. Em seu lugar, veio Ricardo Gareca, que foi demitido 13 jogos depois. Dorival Júnior assumiu há cinco jogos, com um time desmontado e em baixa.



Saídas sentidas - Depois do Paulista, jogadores importantes saíram. O caso mais emblemático é o de Alan Kardec, até hoje artilheiro do time no ano (agora empatado com Henrique), que seguiu para o São Paulo. Nomes como William Matheus e Marquinhos Gabriel, quando começaram a ter sequência no time, foram logo vendidos pela diretoria de Paulo Nobre.



Lesões - Fernando Prass se lesionou em maio e ainda não voltou. O time sofre com as péssimas fases de Fábio e agora Deola. Valdivia parou por um mês com uma lesão na coxa direita. Wesley, com renovação arrastada, também está machucado e Dorival Júnior já perdeu quatro zagueiros com problemas musculares.



Olha quem voltou! - Valdivia chegou a ser vendido para os Emirados Árabes, mas não se acertou com o Al Fujairah, e teve de voltar. De negociado, virou a principal opção para livrar o time do rebaixamento. Juninho, antes liberado para acertar com o Fluminense, teve sua saída travada pelo Verdão e voltou como titular, mas no meio de campo.



Allianz Parque - O estádio está quase pronto, só que o torcedor ainda não sabe quando verá o time jogar em sua casa. Clube e WTorre estão em disputa na corte arbitral por conta da divisão de cadeiras da arena. O Verdão fez um pedido de liminar para que não tenham eventos no local até a resolução do impasse.