Dorival sofre com mudanças constantes na zaga do Verdão (Foto: Felipe Zito)
É possível uma defesa que estava entre as melhores do país se tornar, em poucos meses, a pior do Campeonato Brasileiro? O Palmeiras tem mostrado que sim.
A equipe levou 36 gols em apenas 23 partidas pelo competição nacional, média de 1,56 por confronto. O saldo do Verdão é negativo: - 18 gols. Ou seja, o time marcou apenas metade dos gols que levou no campeonato.
Um desempenho pífio, ainda mais para um setor que vinha se destacando tanto e sendo um dos melhores do Verdão desde o ano passado. Na Série B de 2013, a defesa teve ótima participação.
Foi a melhor do torneio, com apenas 21 gols sofridos em 38 jogos (média de 0,55 por partida). No Paulistão deste ano, manteve o bom rendimento e foi a segunda melhor, atrás apenas do campeão Ituano, com 14 gols em 17 confrontos, e média de 0,82.
Os números eram ótimos. Hoje, são péssimos. Segundo o técnico Dorival Júnior, as várias mudanças no setor ajudam a explicar a queda tão brusca no rendimento. Antes, a defesa estava estabelecida e ainda tinha Henrique, que disputou a Copa do Mundo pela seleção brasileira. Hoje, é até difícil apontar quem são os titulares. O treinador dá como exemplo a repentina entrada do zagueiro Nathan contra o Fluminense.
O garoto, de 19 anos, teve de ser escalado por falta de opção.
- Fizemos um trabalho com Nathan, em campo reduzido. Não tinha nem noção sobre como ele gosta de jogar, as características dele. O que sobrecarrega de uma partida para outra é uma grandeza. A recuperação inexiste.
Para Dorival, o calendário agrava o problema. Ele afirma que o excesso de jogos atrapalha o trabalho dos técnicos.
- O ideal é que as equipes jogassem seis partidas por mês. Não sei em que momento vamos conseguir isso. Deveria ser semana sim, semana não preenchido para os jogadores poderem recuperar.
Estamos errando muito na formatação dos campeonatos, exigindo um número absurdo de jogos e vendo a qualidade do espetáculo cair a cada ano - reclama.
Para se ter uma ideia, neste Brasileirão já foram nove jogadores diferentes usados na zaga: Lúcio, Tobio, Victorino, Wellington, Nathan, Gabriel Dias e Tiago Alves, além dos volantes Eguren e Marcelo Oliveira, improvisados. Teoricamente, os dois primeiros são os preferidos, mas raramente atuam juntos.
Vale ressaltar também que foram vários os jogos na competição nos quais o Verdão atuou de maneira muito ofensiva, às vezes com apenas um volante, deixando a defesa desprotegida, fator que colabora para o número alarmante.
Contra o Vitória, na quinta-feira, o experiente Lúcio e o jovem Nathan devem formar a defesa do Palmeiras. Resta saber se será o começo da recuperação ou mais uma noite de sofrimento para os torcedores com os erros do setor defensivo, como no 6 a 0 sofrido para o Goiás, no domingo.
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