Nobre, sobre empréstimos ao Verdão: 'Muito mais do que pai para filho'

Presidente já pegou mais de R$ 115 milhões emprestados em seu nome para 'a roda não parar de girar'. Conselho aprovou plano de pagamento no mês passado

Paulo Nobre deu entrevista nesta terça (Foto: Reginaldo Castro/LANCE!Press)



Paulo Nobre considera que os empréstimos que fez em seu nome e repassou ao Palmeiras evitaram que o clube adquirisse uma dívida "praticamente impagável". O Conselho Deliberativo aprovou no mês passado o plano para devolver o valor, que já superou os R$ 115 milhões: a partir de maio de 2015, 10% da receita mensal do clube irá para um fundo criado especificamente com essa finalidade.



- Não foi aprovado no Conselho só por causa do meu prestígio político. Até a própria oposição, que muito me critica, reconheceu que seria uma coisa boa ao clube. O que foi feito é muito mais do que pai para filho. Foi feito para o Palmeiras sair da situação em que se encontra. Não é só uma aprovação política, é racional - disse o dirigente, à Rádio Bandeirantes.



- Eu me comprometi a não colocar dinheiro do meu bolso. Se eu pus, é porque não tinha outra maneira - acrescentou.



Apelar a empréstimos pessoais foi a saída que Nobre encontrou para conter as dívidas: desde que assumiu, tem mantido em dia não só os salários dos jogadores como também os impostos do clube. Ainda assim, o Verdão acumula cerca de R$ 12 milhões de prejuízo em 2014. A ausência de um patrocinador há mais de um ano pesa contra. A expectativa é de que o valor colocado pelo dirigente seja reposto, graças ao fundo, entre 12 e 15 anos, dependendo da quantidade de receitas do clube.



- O valor é alto, significativo. Não falo de números, mas não está muito fora do que a mídia vem falando. Se eu não tivesse tomado essa atitude, o Palmeiras não ia parar, mas tenho certeza absoluta que qualquer outro meio encontrado poderia causar uma dívida praticamente impagável, principalmente se fosse levantado diretamente em bancos. Seria difícil, porque o Palmeiras não teria garantias, e nenhum banco daria dinheiro em médio prazo, sempre a curto.