Apesar da palestra motivacional, jogadores ressaltam união e trabalho interno para voltar a vencer
Logo após o time que montou para o centenário palmeirense sofrer a pior derrota da história do clube em Campeonatos Brasileiros, Paulo Nobre não trouxe nenhum jogador, mas fez questão de contratar o motivador Lulinha Tavares, que deu uma palestra ao elenco na véspera do triunfo sobre o Vitória.
O elenco, porém, atribui o resultado no Pacaembu mais à união que todos reforçaram entre si depois de perder por 6 a 0 para o Goiás, no domingo.
“Só nós sabemos o que passamos naquele dia horrível. Não precisou nem palavras, todos estavam machucados, sentindo, mas tínhamos consciência de que aquilo ali não era normal”, contou Lúcio, que perdeu a faixa de capitão para Valdivia, mas ainda é um dos líderes do grupo.
Foi ponto importante na real motivação a um elenco que recebe em dia, mesmo sendo uma das folhas salariais mais caras do futebol brasileiro.
“Passamos por uma semana complicada. Estávamos todos muito tristes, ninguém entra em campo para que aconteça o que aconteceu em Goiânia, sempre queremos o melhor para o Palmeiras.
Mas conversamos entre nós para conseguir a recuperação. Nossa equipe precisava se fechar cada vez mais porque temos capacidade para estar em um lugar melhor e deu um grande passo. A equipe teve cabeça e tranquilidade porque fizemos um trabalho interno muito importante”, falou Henrique.
Lulinha já tinha sido usado pelo presidente após a goleada por 6 a 2 sofrida para o Mirassol, no ano passado – depois disso, o time foi eliminado nas primeiras fases de mata-mata do Paulista, da Libertadores e da Copa do Brasil e só conquistou o obrigatório título da Série B.
Na palestra dessa quarta-feira, segundo os jogadores, disse que “as coisas mudam muito rápido”. Discurso que não passou de um detalhe.
“Tudo é importante, tudo ajuda. Serve para conhecer os companheiros. Às vezes, tem jogador que não fala muito e, como é uma resenha para todos, você acaba conhecendo um pouco mais. Mas o que faz diferença é a sua confiança, ser forte.
Quando você passa a não ter medo, tudo acontece”, comentou Valdivia.
Dorival Júnior, que já vem conhecendo o grupo psicologicamente com conversas individuais, ressalta que aceitou o motivador como uma sugestão da diretoria. Mas atribui mais a vitória no Pacaembu ao trabalho que ele e a comissão técnica desenvolveram depois do vexame em Goiás.
“Todos ajudam, foi uma participação importante porque é um momento em que você tem que se apegar a todos os detalhes. Mas o mais importante: se a equipe não tivesse se preparado adequadamente, pode ter certeza que nada ajudaria.
A comissão técnica me ajudou muito para que entrássemos, pelo menos, de uma maneira um pouco equilibrada. Aconteceram coisas importantes, não só de resultado, mas ao longo da partida”, disse o técnico, que preferiu elogiar a reação particular de cada atleta.
“A penitência interna de cada um é muito grande, a autocrítica fala mais alto do que a lógica depois de um resultado como aquele. Se eu entrasse pesado com o grupo, fatalmente não conseguiria uma recuperação.
Você não pode mostrar só a montanha que está na frente, tem que mostrar o que está do lado de lá”, ensinou Dorival, trabalhando mais especificamente na motivação de um elenco que briga para não cair.
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