No mundo das altas cifras do futebol, a profissionalização dos árbitros é um tema recorrente. Sem valores garantidos por mês, eles muitas vezes possuem trabalhos paralelos e dependem de sorteios para entrarem na escala da rodada.
A cada jogo realizado, recebem uma taxa da Confederação Brasileira de Futebol. O ex-árbitro e comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba revelou alguns valores e sugeriu à CBF que dê aumento, considerando os números baixos levando em consideração a responsabilidade da atividade.
- Marin (José Maria, presidente da CBF), a arbitragem brasileira nos últimos 12 anos teve 20% de aumento na taxa. Em 12 anos, ganharam 20% de aumento na taxa. Pagar dois ou três cursos com o que a CBF ganha por ano, com toda a estrutura que a CBF tem, é investimento pequeno nesses profissionais. Árbitros Fifa, top de linha, tem média mensal de R$ 10 mil por mês. Árbitro Fifa - disse, no "Arena SporTV".
Segundo Sérgio Corrêa, presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, paga-se R$ 3.400 brutos para os árbitros tops (principais), a acrescentar cerca de 30% em impostos.
- Se fizer quatro jogos no mês, tira R$ 14 mil bruto, o que cai para R$ 10 mil - diz Sérgio.
Perguntado pelo apresentador Alexandre Oliveira se isso é ruim, Gaciba disse que sim:
- Muito (ruim), em relação à reponsabilidade que eles têm? Muito (ruim). Em relação à população brasileira é maravilhoso. Mas falamos de árbitros que apitam quatro jogos por mês e não é isso que acontece (com todos). E essa é a taxa diferenciada para os que são do quadro da Fifa. Os básicos ganham R$ 2.500, quase mil a menos.
Para Corrêa, a profissionalização da arbitragem não será tarefa fácil e nem imediata:
Temos o problema da dimensão continental do país e da disponibilidade de árbitros para as competições. A CBF não tem árbitro, pega material humano emprestado das federações por uma temporada. Pegamos árbitros que vêm de competições tecnicamente não tão fortes como o campeonato nacional, o que traz árbitros não tão preparados e aí a conta não fecha.
- Vamos colocá-los onde? Em um estádio, é possível, mas vão ter de deixar suas atividades profissionais e viver de arbitragem. E se após uma temporada nós os dispensarmos, vão atuar onde? Jogador muda de clube e desanda a fazer gols, eles não.
As leis trabalhistas inviabilizam financeiramente a situação. A CBF tem recurso, poderia investir, mas se fizer a soma vocês vão ver onde vai parar. Seria tão elevada que o efeito prático não vai ser a perfeição. Ele seguem sendo seres-humanos - destacou.
Corrêa disse, porém, que existe um projeto embrionário para 2015, mas que ainda será analisado pela administração da CBF. A ideia seria escolher um grupo de árbitros de cerca de 30 nomes para receber esse benefício. Ao todo, a CBF trabalha com 1200.
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