Entenda como é vista a gestão de Leila nos bastidores do Palmeiras

21/11/2021 11:26

Entenda como é vista a gestão de Leila nos bastidores do Palmeiras

Candidata única, conselheira vai comandar o Verdão até o fim de 2024

Entenda como é vista a gestão de Leila nos bastidores do Palmeiras

A eleição do último sábado confirmou o que para muitos no Palmeiras era uma questão de tempo: Leila Pereira será a presidente do Verdão até o fim de 2024.



Conselheira de segundo mandato, Leila Pereira teve rápida ascensão na vida política palmeirense. Beneficiada por uma mudança de estatuto, a empresária, que também é responsável pelos patrocínios da Crefisa e da FAM, conviveu com críticas de opositores nos últimos anos, mas foi eleita em uma disputa sem concorrentes.


A nova administração terá início no dia 15 de dezembro e será uma sucessão da atual gestão, liderada por Maurício Galiotte. Leila Pereira manteve Paulo Buosi como primeiro vice e completa sua diretoria-executiva com outros três vices: Maria Tereza Ambrosio Bellangero, Neive Conceição Bulla e Tarso Luiz Furtado Gouveia.


Em seu segundo mandato no Conselho Deliberativo, Leila Pereira tornou-se em seis anos uma das figuras mais poderosas na política palmeirense. Apoiada pela situação e ligada a Galiotte, ela também conta com desafetos, especialmente nos grupos ligados aos ex-presidentes Paulo Nobre e Mustafá Contursi.


Nos bastidores, há diferentes respostas para a pergunta de o que se esperar desta próxima gestão. Enquanto os aliados acreditam que a administração será um exemplo para o futebol brasileiro, há o temor na oposição por conflito de interesses, já que Leila e seu marido e conselheiro José Roberto Lamacchia são donos das empresas que patrocinam o Verdão.


Veja as análises sobre a candidatura abaixo:

Seraphim del Grande, presidente do Conselho Deliberativo

"Tenho muita confiança no trabalho dela. A expectativa é fazer uma grande presidência e dar exemplo de administração não só para o Palmeiras, mas para todos os times do futebol brasileiro, em transparência e gerir com pés no chão, sem fazer grandes coisas para deixar o clube em uma situação financeira que pode ser abalada. O Palmeiras vai caminhar com as próprias pernas. Pelo espírito dela, de vencedora e guerreira, acostumada com o mercado financeiro e a administração de empresas, tenho certeza de que vai empreender no Palmeiras muitas coisas que já deveriam estar sendo feitas nos clubes de futebol".



Genaro Marino, ex-vice-presidente e parte do grupo político Academia, ligado a Paulo Nobre

"Vejo como um risco, considerando todos os fatos dos últimos cinco anos, as mudanças de estatuto, as interpretações que a atual gestão deu para a situação geral do clube, pela forma como se estruturaram e pela opção que a gestão do Maurício Galiotte teve para dar sequência ao trabalho dele: oferecer à patrocinadora se tornar presidente do clube. Conhecendo todos estes fatos, depende de como ela vai administrar, quem ela vai ouvir, porque acho que ela ainda não tem um conhecimento (da gestão) do clube e do futebol. Pode ter na área financeira, em que é bem-sucedida, mas o clube é complexo. É uma exigência nova para uma pessoa que até agora foi mais atiradora, agora vai estar mais na vitrine. Vamos ver como ela vai conseguir administrar tendo o marido como um suporte e os conselheiros que escolheram estar com eles com a filosofia de "chamar para o lado certo", oferecendo cargos para eles estarem juntos. Por isso tiveram uma grande aprovação das ideias e tarefas em que se envolveram".


"Como palmeirense, tomara que aconteça tudo de uma forma moderna, atualizada, transparente, e que o clube tenha uma continuidade neste crescimento e na expansão que a gente ajudou a proporcionar nos últimos anos. Espero ser surpreendido diante deste contexto, mantendo a Sociedade Esportiva Palmeiras como uma instituição tradicional, com independência financeira e administrativa".



Wladimir Pescarmona, da UVB

"A nossa expectativa é a melhor possível. Nós fazemos parte da UVB, umas das chapas políticas mais antigas do Palmeiras. Temos cerca de 45 conselheiros. Nós apoiamos a gestão do Maurício, achamos que ele fez um bom trabalho. Claro que toda gestão tem erros e acertos, mas está no crédito. A Leila é extremamente profissional e transparente nas atitudes que toma. Acho que ela vai fazer um excelente trabalho tanto no futebol como na gestão social".


"Com a experiência administrativa, ela pode somar muito. O clube tem diferenças políticas, coisas que nas empresas dela não tem, mas tem habilidade para administrar isso. Esperamos uma gestão excepcional. É a expectativa de nós da UVB, e acho que de todos os palmeirenses, uma gestão limpa, transparente, com foco no futebol e sem esquecer a área social do clube".



Savério Orlandi, ex-membro do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) que tentou viabilizar candidatura pela oposição

"Vejo que é uma pessoa que inegavelmente é uma executiva com êxito no mercado. O futebol tem suas particularidades, um clube de futebol mais ainda sobre o aspecto político. É uma mudança no ciclo, porque teve uma relação e agora vai mudar um pouco a chave, o que foi construído com esses relacionamentos e os apoios até aqui agora são condições um pouco diferentes, porque ela é a mandatária, o exercício do cargo isola um pouco as pessoas e faz tomar decisões que às vezes não agrada todo mundo. É um pouco diferente de tudo o que ela experimentou, em termos de cobrança de todo mundo. Ela pretendeu, desejou muito isso, chegou numa condição de validação e agora existe expectativa muito grande sobre a gestão dela. Por tudo que se passou, pelo fato de a oposição não ter conseguido minimamente a aderência em torno de um nome e um projeto alternativo, então fica em um momento que tem pouca legitimidade para qualquer tipo de coisa. Não seria nem justo, é momento de dar um voto de confiança e um crédito para a Leila, ela tem tudo para fazer uma boa administração. Queixas anteriores vão acabar tendo de ser relevadas, porque não adianta ficar retomando assuntos antigos. Tem de deixar ela trabalhar. É uma mudança, um novo ciclo e com muita possibilidade de dar certo pelo momento em que o Palmeiras se encontra, pela grandeza do clube e por hoje ser um dos protagonistas".


"Ela assume um clube que no aspecto esportivo está muito bem, a parte da imagem foi recuperada ao longo desses anos, tem fundamentos econômicos muito sólidos que têm a necessidade de ser recuperados como sócio-torcedor, público, a gestão da carteira de direitos econômicos agora que o Palmeiras conseguiu alcançar um estágio de ter muitos atletas da base performados, precisa começar um ciclo dessa renovação. Temos uma retomada e uma outra condição de relacionamento com a WTorre, ela vai ser a terceira mandatária desde o início dessa relação e é uma fonte importante de receita que o Palmeiras pode abrir. Ela pode aos poucos mitigar os seus conflitos, já antecipou a renovação do contrato, tem a questão da dívida que pode pensar em fazer operações similares às que o Paulo (Nobre) fez. Tem muita coisa para fazer".


"Independentemente de haver ou não consenso, ou alguém ter uma crítica pontual em relação ao que aconteceu, o fato é que ela se legitimou nessa condição. Não houve nenhuma objeção de ninguém, todo mundo tem de entender que ela deve trabalhar e deve também tentar se relacionar com todas as correntes e ouvir as pessoas dentro do clube. Até aqui ela desfrutava de uma qualidade como celebridade, uma colaboradora do clube em todos os aspectos, mas agora ela senta naquela mesa que fica no primeiro andar e lá as pessoas vão, têm acesso, criticam... É um desafio grande, vamos ver como ela vai enfrentar isso. Não é fácil, mas ela tem toda condição. Queria honestamente desejar todo sucesso para ela, que tenha sorte. Capacidade não tenho dúvida que ela tem".


Luiz Moncau, do Ocupa Palestra

"Vejo com um pouco de preocupação pelo processo político que a trouxe até esse momento. Tivemos em vários momentos exageros de condutas, a meu ver inapropriadas. Tem bastante polêmica envolvida, desde a questão de documentação para comprovar tempo de associação, mudança de estatuto que encurtaram o caminho para ela concorrer. Tudo isso é um histórico muito ruim. O que dá para colocar nesse pacote é o perfil dela como pessoa política, tem a questão de brindes, distribuição de ingressos, recursos para aliados, tudo isso prejudica o ambiente político e fica menos saudável. E tem o conflito de interesses. Não é uma questão de julgar o caráter da pessoa, é uma questão de ela se colocar numa posição em que ela pode ter conflito com interesses econômicos dela mesma. O que eu desejo é que ela tenha a melhor gestão possível, que o Palmeiras consiga manter o protagonismo dentro de campo. Na prática, até pelo retrospecto recente com duas finais de Libertadores e títulos nacionais de expressão, acho que isso pode criar uma expectativa alta".


"Outro ponto para ressaltar é que ela vai ter bastante controle do clube, tanto no Conselho como no Conselho de Orientação e Fiscalização, e a preocupação é que isso abra caminho para outros tipos de excessos como os já demonstrados ao longo desse percurso todo. A expectativa é que o Conselho e o COF possam agir com independência e analisar as coisas do ponto de vista do que é melhor para o Palmeiras. Mesmo desejando sucesso da gestão, a posição do grupo "Ocupa, Palestra" é de oposição que não quer mal do clube e que vai atuar no sentido de fiscalizar, cobrar e ter uma atuação de monitoramento e questionamento".


Carlos Faedo, membro do COF e ex-candidato a vice pela oposição

"Vejo com bastante expectativa. Eu me preocupo com o possível conflito de interesses, que não queremos que aconteça. Hoje ela é patrocinadora do clube e credora. Ela colocou no programa de governo que ia implementar uma espécie de compliance. Ela não deu detalhes, mas acho de vital importância este mecanismo, uma vez que a gente precisa ter uma gestão bem transparente. Ela como empresária do setor bancário sabe da importância de separar estas coisas, e esperamos que isto ocorra. Há uma apreensão por ser uma coisa nova no clube. Há alguns anos tivemos o Paulo Nobre, que reformulou as finanças do clube, a gestão administrativa com ferramentas modernas, mas também foi credor, e isto preocupou boa parte dos conselheiros. No fim, criou-se um fundo para equalizar aquela dívida. Já passamos por isso e não é salutar para nenhum clube. Creio que ela vá buscar os mecanismos necessários para passar de uma forma tranquila no clube. Como cofista, acredito que isto vá ser bastante debatido e tenho certeza que vamos buscar um caminho bom para todas as partes e para o Palmeiras, principalmente".



"A gente sabe que ela tem um estilo empresarial um pouco diferente do âmbito do futebol. Aguardo com otimismo neste sentido para que as torneiras sejam fechadas, enxugue a máquina e consiga maximizar as receitas e minimizar as despesas. Ela deve nomear um diretor de futebol à altura de um gigante como o Palmeiras. Nesta parte tenho certeza que ela não deve ter tanta dificuldade, deve delegar a um profissional muito competente".

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Roberto Tolin     

A maior necessidade do Palmeiras é separar o clube social do futebol profissional. Hoje, os mesmos recursos oriundos do futebol são destinados ao social. Isso não pode continuar. Outra coisa de extrema importância é fazer uma limpeza nesses conselheiros arcaicos infiltrados no clube desde 1900 que ainda insistem em uma administração amadora dos anos 50. Não conseguem se atualizar e entender que os tempos são outros e com isso fazem de tudo para permanecerem naquela época onde as coisas se resolviam tomando uma cerveja e comendo uma pizza no bar da esquina. Não querem largar as beneces que o clube lhes oferece e ficam, com politicagem e intrigas, atrapalhando e contrariando o progresso do clube. Esse é o maior problema. Como limpar essa gentalha que se espalha pelos corredores do palestra? Quem sabe um dia...

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