Dorival saiu do Santos por alongar punição a Neymar, mas vê consequência bem mais pacífica com Cristaldo
Em 2010, Dorival Júnior fazia o trabalho mais destacado de sua carreira ao levar o Santos aos títulos do Paulista e da Copa do Brasil, mas acabou se desgastando com Neymar ao impedir o astro de bater pênalti e, por exigir longa punição pela falta de respeito do jogador, foi demitido.
Nessa quinta-feira, o agora técnico do Palmeiras viveu problema pelo mesmo motivo.
Henrique é o batedor oficial de pênaltis, mas atendeu ao pedido de Cristaldo e lhe cedeu a chance de cobrar nessa quinta-feira. Do banco, Dorival vetou e o argentino se irritou tanto que chegou a discutir com Wesley e precisou até da intervenção do árbitro para se acalmar. Na segunda oportunidade, recusou a oferta de Henrique e, no final do jogo, disse que errou.
Desta vez, ao menos, a ordem do técnico foi respeitada sem grandes consequências. “É simples. A iniciativa do Cristaldo eu entendo, é natural, não há problema. Mas a preferência é de quem treina e isso tem que ser respeitado. Se o Henrique disse que não está bem, tudo bem, aí seria uma opção lógica e natural, mas o contrario, não. Tem que respeitar o que é determinado e o treinador”, disse Dorival.
Em 2010, Dorival fez questão que Edu Dracena batesse pênalti contra o Atlético-GO e os xingamentos e palavrões de Neymar foram tão marcantes que Renê Simões, então técnico adversário, alertou que estavam “formando um monstro no futebol brasileiro”. O atacante, então com 18 anos, chegou a deixar de ser convocado para o amistoso seguinte da Seleção Brasileira por conta da atitude.
Desta vez, Cristaldo, ao menos, parece ter escapado da punição. “Resolvemos internamente, não há razão para expor uma situação ou outra. É um fato simples e solucionado”, limitou-se a dizer Dorival, baseado nas próprias declarações pacíficas do argentino.
“O Henrique é quem bate os pênaltis no treino, é melhor do que eu e estou muito feliz e contente porque ele fez três gols”, declarou Cristaldo, que já agrada à torcida e, pela movimentação decisiva para a virada sobre a Chapecoense, aumentou suas chances de ser titular – só entrou nessa quinta-feira porque Diogo se queixou de dores musculares que, por enquanto, não preocupam.
“Aos poucos, ele vai conquistando seu espaço. Quero sempre ver esta atitude que teve e já vinha mostrando em outros momentos. Cada um vai buscando sua melhor condição. Às vezes, não é o técnico que escala, é o jogador que pede passagem. O treinador só complementa uma situação e dá sequência”, explicou o técnico.
“O aproveitamento do Cristaldo foi muito bom, e a equipe teve uma nova condição na partida. Vamos tentar recuperar todos para ter uma equipe um pouco mais forte, porque as exigências nos jogos seguintes serão ainda mais fortes”, avisou.
Mais controlado, Cristaldo não questiona publicamente sua presença no banco. “O Palmeiras tem muitos jogadores do mesmo nível. Sempre quero jogar, ser titular, mas tenho que entender que é um time e todos estão bem. Só agradeço ao Ricardo Gareca por ter me trazido para o Palmeiras, estou muito feliz aqui”, discursou o atacante.
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