Em reencontro após queda, torcida do Verdão assina divórcio com Felipão

12/10/2014 09:44

Em reencontro após queda, torcida do Verdão assina divórcio com Felipão

Agora ex-ídolo palmeirense, técnico gremista se contém diante de xingamentos e provocações durante partida no Pacaembu

Em reencontro após queda, torcida do Verdão assina divórcio com Felipão

Felipão abraça Dorival antes de enfrentar seu ex-clube, no Pacaembu (Foto: Marcos Ribolli)



Faltavam poucos minutos para o início do jogo entre Palmeiras e Grêmio, na noite deste sábado, pela 28ª rodada do Brasileiro, quando o sistema de som do Pacaembu chamou a atenção para as escalações das equipes, no telão. Se é possível ouvir o barulho do estádio de dentro dos vestiários, o técnico Luiz Felipe Scolari soube ali que a recepção da torcida alviverde, a quem deu cinco títulos em duas passagens, seria de muito pouco afeto.



Foi Felipão quem comandou o Palmeiras à conquista de sua maior taça – a Libertadores de 1999 – e também à da penúltima a brilhar na estante do clube - a Copa do Brasil de 2012. Muitos, porém, colocam na conta do técnico grande parcela de culpa pelo último e indesejado troféu: a Série B de 2013.



Boa parte do caminho rumo ao rebaixamento, no ano anterior, foi feito sob direção do gaúcho, que deixou a equipe rodadas antes da consumação da degola. Pelo comportamento da torcida nesse primeiro reencontro, não houve perdão.



7 a 1 eterno



O trajeto entre o túnel do vestiário e o banco dos visitantes, de frente para as numeradas do Pacaembu, foi feito de forma serena. Felipão ignorou os primeiros xingamentos e os que citavam a goleada sofrida pela Seleção na semifinal da Copa do Mundo, há três meses – os 7 a 1 da Alemanha são lembrados por rivais gremistas desde que o treinador aceitou o convite para dirigir o time.



Apenas Wendel e Patrick Vieira, do Palmeiras, foram até o ex-chefe para cumprimentá-lo quando as equipes subiram ao gramado. Dorival Júnior também fez as honras da casa, no meio do campo, onde Scolari, à vista de todos, ouviu o coro que concretizou seu divórcio com a torcida palmeirense.



- Não é mole não, o Felipão afundou a seleção – cantaram os palmeirenses, grito que começou no setor de organizadas e rapidamente se espalhou pelo estádio paulistano.



Calma, professor



Com a bola rolando, as provocações diminuíram. Um ou outro, às vezes, se lembrava de atacar Felipão. Inquieto, o técnico evitava se sentar. Parecia surdo aos xingamentos das numeradas – a tal “Turma do Amendoim” que o treinador consagrou no antigo Parque Antártica -, mas demonstrava nervosismo com seu próprio time. Chamou Matías para conversar, pediu correção na marcação. Pouco antes dos 25 minutos do primeiro tempo, colocou Riveros no aquecimento – tinha perdido a paciência com Fellipe Bastos, que àquela altura já perigava ser expulso após ser advertido pouco antes com um cartão amarelo.



Ao ver que seria substituído, o volante fez sinal ao técnico para que ele esperasse. Não adiantou. Então, entre os suplentes, ameaçou uma reclamação. Fernandinho, ao lado, pediu para que o colega se sentasse na outra ponta do banco, mais afastado do treinador: não era hora de irritar o chefe.



Com o 0 a 0 no placar, Felipão desceu para o vestiário imune às provocações. Na volta, o gelo derreteu. Grudados no alambrado, alguns torcedores acompanharam cada passo do treinador. A lembrança do humilhante placar no Mundial era o que de mais inocente deixava a boca dos palmeirenses por ali. Antes de se sentar, entretanto, o técnico acenou mostrando o número sete com as mãos – como se quisesse demonstrar indiferença com os gritos.



Alguns, porém, enxergaram um dedo a menos no gesto de Scolari e logo associaram a ironia à goleada que o Palmeiras sofreu rodadas antes para o Goiás, por 6 a 0. Foi essa a versão que se espalhou por ali, causando enorme revolta.



- Esse cara é um vagabundo, um lixo – disse um dos mais calmos, em termos publicáveis.



Contido



Como na primeira etapa, Felipão se conteve no segundo tempo. Mesmo em lances capitais, como o pênalti em que o Grêmio abriu o placar ou nos gols da virada palmeirense por 2 a 1, o técnico foi discreto em suas reações. Parecia querer evitar novas más interpretações. Tinha, a seu favor, o fato de que a torcida local também direcionava sua raiva ao atacante Barcos, outro ex-ídolo alviverde que deixou o clube pela porta de trás recentemente – o lance da expulsão do centroavante foi celebrado como um gol no Pacaembu.



Com a vantagem, os palmeirenses outra vez cantaram sobre o fracasso da Seleção dirigida por Scolari na última Copa. A cada toque, gritavam o tradicional “olé”. Felipão aguardou o apito final impassível. Deixou para demonstrar sua insatisfação com o comportamento da torcida que o idolatrava somente no vestiário.



- Estou calejado. Não espero tratamento carinhoso de ninguém, a não ser da minha família. Eles gritarem A, B ou C não vai mudar nada. Eles têm que lembrar que o último título fui eu que dei pra eles – criticou Felipão.



- Eles têm que vir aqui e torcer para o Palmeiras. Se alguns torcedores ficam bravos, não dou bola. Isso é a vida, ou acha que vou ficar morrendo de amores pelo Palmeiras? Hoje defendo o Grêmio e lutei pelo Grêmio – completou ele, antes de deixar a casa onde, agora, não é mais bem-vindo.





Felipão, Scolari Grêmio x Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli)





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