No 2º turno da bola, Valdivia puxa votos, e Palmeiras cresce

Se o segundo turno do Brasileiro terminasse hoje, haveria empate técnico entre primeiros - dois pontos para mais ou para menos –, e o Palmeiras, de partido modesto no primeiro turno, poderia sonhar até com a presidência

Em ano de eleições presidenciais no Brasil, é praticamente impossível não relacionar qualquer situação do cotidiano ao momento político vivido no País. Se o Campeonato Brasileiro fosse um pleito, então, o Palmeiras teria se tornado aquele candidato a ser temido. Não por representar alguma ameaça aos líderes, mas sim por estar angariando muitos votos em um momento crucial para a definição do resultado final. Com três triunfos nos últimos três jogos, o time alviverde deixou a zona de rebaixamento para a segunda divisão nacional e possui a melhor sequência da competição no momento. Tem, também, a segunda melhor campanha do returno. O responsável por isto? Ele. O popular e carismático Jorge Luis Valdivia Toro.



O meio-campista chileno, conhecido por sentir lesões suspeitas e participar de poucos "comícios" nos últimos anos, tem aparecido mais nos últimos encontros do "partido alviverde". E isto tem feito o Palmeiras subir nas "pesquisas". O jogador esteve em campo nas últimas cinco rodadas do Brasileiro, e, neste período, o clube de Palestra Itália venceu quatro vezes e só perdeu em uma oportunidade. O tropeço, diante do Figueirense, aliás, tem boa parcela de culpa do meia, que teve chance frente a frente com o gol alvinegro para matar o jogo, mas mostrou displicência e quis tocar para o lado ao invés de chutar. O resultado final foi o de 3 a 1 para os catarinenses.





Excedendo este compromisso, Valdivia tem sido fundamental e vencedor para o Palmeiras. Depois de ser suspenso por uma rodada após expulsão diante do Flamengo – adversário que também sentiu na pele o que é jogar contra o chileno, embora que por apenas alguns minutos -, o atleta atuou bem e ajudou o time paulista a superar Vitória (2 a 0), Chapecoense (4 a 2), Botafogo (1 a 0), e Grêmio (2 a 1). Neste intervalo, o Palmeiras saiu da última para a 12ª posição do Campeonato Brasileiro. Agora, a distância para o 17º melhor posicionado – primeiro a ocupar a zona da degola – é de quatro pontos. Tudo bem, ela está longe de ser confortável. Dá, porém, mais tranquilidade para o time seguir com o excelente trabalho no segundo turno da competição nacional.





Nas nove partidas disputadas no returno do Brasileiro até aqui, o Palmeiras tem a segunda melhor campanha – ao lado de Internacional, Vitória e Santos. São 16 de 27 pontos possíveis. Valdívia ajudou o time a conquistar 13 deles. Desde o confronto diante do Atlético-PR – que fechou o primeiro turno -, o chileno só não jogou contra Criciúma, Fluminense e Goiás. O Palmeiras superou os catarinenses por 1 a 0 em São Paulo, mas depois caiu de forma vexatória para cariocas (3 a 0) e esmeraldinos (6 a 0) fora de casa. Se há algum responsável por essa ascensão alviverde no segundo turno do pleito futebolístico, ele é Jorge Luis Valdivia Toro



E os números provam isto. Quando o chileno pisou no gramado na atual edição da Série A, o Palmeiras venceu seis, empatou um e perdeu quatro de 11 jogos. São 19 pontos de 33 possíveis, o que representa um aproveitamento de 57,6%. Ele seria suficiente para colocar a equipe paulista na quarta colocação do campeonato, atrás apenas de Cruzeiro (66,7%), Internacional (59,5%) e São Paulo (58,3%). Por outro lado, o Palmeiras atuou 17 vezes sem Valdivia na competição, vencendo quatro, empatando três e perdendo dez. O aproveitamento sem o chileno é de 29,4%, bastante inferior até ao do atual lanterna da Série A, Coritiba (34,5%). Por isso, não há como negar: se o partido palmeirense é a sensação do segundo turno das eleições da bola, deve muito ao talento e à habilidade de Valdivia.