Candidatos iniciam campanha e agora precisam seduzir até opositor no clube

Paulo Nobre e Wlademir Pescarmona irão disputar o pleito no fim de novembro. Compare o discurso dos candidatos, que ainda não animam Granieri, vetado pelo Conselho

Nobre e Pescarmona: candidatos à presidência (Fotos: LANCE!Press/ Divulgação-Palmeiras)



Paulo Nobre e Wlademir Pescarmona começaram nesta semana definitivamente suas campanhas à presidência do Palmeiras. A dupla, aprovada pelo filtro do Conselho Deliberativo (CD), agora precisará mudar a postura em relação ao que costumava ocorrer nas eleições no clube. Desta vez, disputarão uma espécie de segundo turno no dia 29 de novembro, quando os sócios escolhem o novo mandatário, e até lá precisam seduzir um grupo bem maior de eleitores, que conta até com o opositor, Luiz Carlos Granieri.



O CD alviverde possui 278 membros, e eram eles os que escolhiam os presidentes do Verdão até a última eleição, que elegeu Paulo Nobre. Agora, são 10 mil sócios aptos ao voto, e a possibilidade de haver influência política ou acordos torna-se muito mais complicada. Granieri, vetado no primeiro turno ao não obter os votos mínimos no conselho, não sabe em qual candidato votará. Ex-membro do grupo político União Verde e Branca (UVB), fundado por ele, Belluzzo e Pescarmona, o palmeirense vê motivos para críticas na oposição e situação.



– Eu saí da UVB por conta de divergências com o grupo que estava lá, e montei a minha chapa por não concordar com coisas que o atual presidente vem fazendo, também. Então ainda precisamos conversar para saber. Nós esperávamos passar, mas alguns dos que disseram que iriam votar na nossa chapa não foram, e outros mudaram na hora, por pressão de outras lideranças. Só que nosso trabalho foi semeado, acho que isto é o mais importante, para colher nos próximos meses - afirmou.



O ineditismo da eleição direta dificulta a previsão de quem será o escolhido para comandar o clube no biênio de 2015 e 2016. Ainda de forma tímida, Pescarmona e Nobre já começaram a falar do que pensam para a eleição. Compare o discurso dos dois candidatos:



SEDE SOCIAL:



NOBRE: Mesmo sem pujança financeira, a gente teve uma reconquista do clube social, que nos últimos anos foi um grande canteiro de obras, com algumas ilhas de convivência social. Esse fim de semana entregamos o parquinho. Fiquei satisfeito ao ver no dia das crianças, o parquinho foi o primeiro passo para as mudanças do clube social.



PESCARMONA: Se aproveitaram 10% da parte social foi muito. Eu vou prometer aos sócios melhoria e eles sabem disto, porque eu fui diretor administrativo e o clube estava um brinco. E não é muita coisa, é uma jardinagem, iluminação, banheiro limpo. O clube é o quintal da nossa casa e queremos que aquilo esteja em condições de uso, que honre nossas tradições.



FUTEBOL:



NOBRE: Eu vou trabalhar de forma igual no clube e no futebol e deixar o voto para o sócio, pois esta é minha obrigação. (Brunoro e Omar seguem para o ano que vem?) Deixa eu ser eleito, e aí falo sobre isto.



PESCARMONA: O professor Belluzzo com a equipe que está montando vai ajudar bastante a alavancar recursos. Vamos fazer um investimento forte, trazer um profissional de mercado que entende e vive o futebol.



WTORRE:



NOBRE: O que eu posso afirmar é que caso sejamos vencedores desse pleito eu vou defender com unhas e dentes todos os interesses da Sociedade Esportiva Palmeiras. A arena não está bonita, está maravilhosa. Acho que podemos afirmar que será a arena mais moderna da América Latina, uma das mais modernas do mundo. Beleza muito que bem, mas os interesses o Palmeiras em primeiro lugar. A minha gestão não vai se furtar em defender os interesses da Sociedade Esportiva Palmeiras. A nossa gestão não é populista, ela trabalha pelo clube.



PESCARMONA: Separando bem, os direitos do Palmeiras tem que ser respeitados, os da WTorre também, mas confio no papo, na confiança, uma forma de tentar fazer isto render para os dois lados. Confio muito no diálogo, o Belluzzo (primeiro vice-presidente) vai ajudar bastante. Tenho certeza que eu sentando na cadeira, a gente vai solucionar estes problemas.



SITUAÇÃO DO PALMEIRAS:



NOBRE: O que me deixa satisfeito é que tenho certeza e falo sem medo que o próximo presidente pegará um clube melhor. Tenho certeza absoluta. Caso o sócio decida que eu tenho que ficar mais dois anos, uma vez eleito, você precisa governar com o apoio do conselheiro. E tenho certeza que o sócio vai saber fazer uma análise criteriosa para ver o que é melhor para o Palmeiras. Não vou medir esforços para que o Palmeiras volte a ser a Sociedade Esportiva Palmeiras que sempre foi. Vou trabalhar tanto no clube quanto no futebol



PESCARMONA: O presidente Paulo Nobre falou que vamos encontrar um clube muito melhor do que ele encontrou, e eu espero que sim, afinal ele emprestou R$ 100 milhões para o clube, e o clube tem que estar com as despesas sanadas, ou então não adiantou nada emprestar R$ 100 milhões.



TIME INFLUENCIARÁ NA CAMPANHA:



NOBRE: Essa eleição é a primeira de forma direta. Ninguém sabe afirmar se o sócio vai valorizar mais o futebol ou o clube. Quem afirmar qualquer coisa está chutando. Eu tenho a obrigação de trabalhar pelo futebol e trabalhe pelo clube social. Para mim não faz diferença. Vou atacar as duas frentes porque essa é a minha obrigação como presidente, independente de ser candidato ou não.



PESCARMONA: Sempre influência. Se o time vai bem, existe uma perspectiva boa. Tem muito sócio que não frequenta o clube, é mais futebol, embora a gente tenha uma pesquisa que prova que 72% dos sócios do clube são palmeirenses, ou seja, querem que o clube e o futebol andem juntos. Existe a possibilidade. Se o time vai bem, existe uma vantagem da diretoria. Mas nem por isto eu estou torcendo contra, muito pelo contrário. Quero assumir o clube na Primeira Divisão.