O jogo contra o São Paulo, pela ida das oitavas da Copa do Brasil —derrota por 1 a 0— foi o segundo do Palmeiras em uma sequência de cinco sem o intervalo recomendado pela entidade máxima do futebol para que haja "a melhor performance esportiva possível". Por exemplo: o ideal é que um time que jogue em um dia 1º de um mês só entre em campo de novo no dia 5 deste mesmo mês.



"Nós sempre falamos nas reuniões que temos na CBF, lutamos muito para isso, que queremos no mínimo 72 horas de descanso entre cada jogo. Três dias. Quando conseguimos isso, são 24 horas que fazem a diferença", disse, João Martins, auxiliar de Abel Ferreira no Palmeiras, em coletiva, após a partida contra o rival tricolor, na quinta-feira (24).



"Não há nenhuma equipe no mundo que consiga aguentar isso. Vamos ter que fazer alterações no time. Não é priorizar, mas sim escolher os que estão melhores, que é o que fizemos hoje [quinta]", completou Martins, no Morumbi.



Vem sendo regra, não exceção



Até o fim do 1º turno do Brasileiro, o Palmeiras já tem garantido que fará outros seis compromissos sem o intervalo de três dias, somando as tabelas da Copa do Brasil e Libertadores, além do próprio Nacional.



Em 24 de julho, quando tiver encerrado sua participação no 1º turno do Brasileirão, contra o Internacional, o Palmeiras terá jogado 80,4% de seus jogos fora do prazo recomendável.



"É cansativo, mas as regras do jogo são essas. Quando vamos quebrar, não sabemos. Vamos testar nossos limites. Tentar gerir alguns jogadores para que eles não se lesionem, mas as lesões vão acontecer", disse João Martins.



"E quando um jogador se lesiona e perde um mês, são oito jogos de desfalque. Tentamos gerir ao máximo para eles não se lesionarem, mas sabemos o que vai acontecer. Gostamos de trabalhar no limite, mas não podemos ultrapassar esses limites", finalizou.



O Alviverde volta a campo amanhã para enfrentar o Avaí, em Florianópolis, pela 14ª rodada do Brasileirão. Já na quarta-feira (29) terá pela frente o Cerro Porteño, em Assunção, pela ida das oitavas de final da Libertadores.



A regra das 66 horas



Em 2021, o Regulamento Geral de Competições (RGC) da CBF estipulou que o prazo mínimo caísse para 66 horas. Isso na prática significa dois dias sem jogos. Um time que joga na quarta-feira, às 21h, já pode retornar a campo no sábado à tarde.



Durante a pandemia, para onerar menos o calendário, o RGC passou a falar em 48 horas. Mas tal diretriz caiu por terra sobre protesto do Sindicato dos Atletas e de alguns clubes, como o Flamengo, na figura de Rodrigo Dunshee, vice-presidente jurídico do clube.







Palmeiras, 2022, calendário

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