"Espero poder colocar o hino do Palmeiras em prática. Uma equipe que quer ser campeã, né?". Essa é a mentalidade que atravessa os pensamentos da técnica Camilla Orlando desde que aceitou a proposta para o maior desafio da carreira: comandar as Palestrinas no futebol feminino do Verdão.
Expoente de uma nova geração de treinadoras, Camilla traça planos no clube, fala em incentivo à base e chega carregada de ensinamentos dos Estados Unidos, Emirados Árabes e até Michael Jordan.
– Os Estados Unidos me fortaleceram muito sobre uma mentalidade vencedora, porque os americanos têm esse entendimento há muito tempo, com Michael Jordan. Tem vários outros jogadores que a gente pode citar, mas ele me chamou muita atenção – conta a treinadora, em entrevista exclusiva ao ge .
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Nova técnica do Palmeiras, Camilla Orlando, busca inspiração no hino para comandar equipe
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Maior da história do basquete, Jordan brilhou em momentos decisivos nas quadras e tornou-se referência na concepção de uma mentalidade vencedora por ter metas claras, comprometimento, a busca pela excelência, superação de medos e o trabalho em equipe.
– Errei mais de 9 mil arremessos na minha carreira. Perdi quase 300 jogos. Fracassei muitas e muitas vezes em minha vida, e é por isso que tive sucesso – dizia Jordan.
Michael Jordan — Foto: jksksks
Michael Jordan — Foto: jksksks
Terá reformulação? E a base?
No Palmeiras e com a mentalidade incrustada na cabeça, Camilla chega com a missão de reestruturar a equipe após a demissão de Ricardo Belli , que não resistiu à derrota por 8 a 0 para o Corinthians, em goleada histórica na semifinal do Paulista. Antes disso, o time havia sido eliminado nas quartas do Brasileiro pelo São Paulo e perdeu a final da Libertadores para o Corinthians.
A treinadora finalizou a Licença PRO no Chile durante o período de férias e apresentou-se no clube alviverde, que retomará os treinos em janeiro. Pela chegada recente, contudo, Camilla ainda não tem respostas para questões referentes ao planejamento de 2024, como, por exemplo, se haverá uma reformulação no elenco.
A treinadora esteve em Vinhedo para conhecer a estrutura e os colaboradores do clube, mas o trabalho só começará no dia 14 de janeiro, com a reapresentação da equipe.
– Ainda não estou no dia a dia, mas estou chegando e vou ter mais informações para contribuir sobre isso. As jogadoras que fazem parte do elenco são de altíssimo nível, mas ainda não tenho como compartilhar mais informações sobre esse lado – diz a treinadora.
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Algo que permite estabelecer como fato, no entanto, é seu comprometimento com as categorias de base. Orlando começou como auxiliar técnica no Internacional, e o primeiro trabalho como técnica principal aconteceu no time sub-18 das Coloradas, conquistando o Brasileiro e o Gaúcho da categoria.
No Palmeiras , o trabalho de base inexiste. Tanto que o clube ficou fora da primeira Copinha feminina da história, realizada neste mês de dezembro. Na chegada às Palestrinas, Camilla Orlando diz que pretende compartilhar com o clube sua visão sobre a formação de atletas.
– É muito importante visualizar a base. No Palmeiras , eu entendo, quero e vou compartilhar com o clube a minha visão do tanto que eu acredito na base.
– Espero que o Palmeiras , do tamanho que é, possa assim contribuir. Mas sei que é um processo e a gente faz parte desse desenvolvimento do futebol feminino. O que depender de mim, eu vou fortalecer e contribuir – disse a treinadora, colocando-se à disposição para fortalecer o desenvolvimento da base.
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Camilla Orlando, técnica do sub-18 do Internacional — Foto: Reprodução/Instagram
Camilla Orlando, técnica do sub-18 do Internacional — Foto: Reprodução/Instagram
Estudos, EUA e Emirados Árabes: quem é Camilla Orlando
Natural de Brasília, no Distrito Federal, Camilla Orlando entrou no futebol como atleta, entre 2005 e 2014, mas mudou os próprios rumos quando percebeu que poderia contribuir mais para o desenvolvimento do futebol feminino se estivesse fora das quatro linhas.
Foi graduada em educação física na Universidade de Brasília e também estudou na Lincoln Memorial University, nos Estados Unidos, além de possuir as Licenças C, B, A e PRO da CBF.
Camilla Orlando assume seleção feminina dos Emirados Árabes — Foto: Instagram
Camilla Orlando assume seleção feminina dos Emirados Árabes — Foto: Instagram
Orlando assumiu uma equipe profissional pela primeira vez em 2020, com o Bragantino, e conquistou a Série A2 do Brasileiro de 2021 - sendo este o maior título de sua carreira. Na temporada seguinte, comandou a seleção feminina dos Emirados Árabes e voltou ao Brasil em 2023 para conduzir o Real Brasília. Estava lá até aceitar a proposta do Palmeiras .
Camilla Orlando, treinadora do Bragantino feminino — Foto: Divulgação/Red Bull Bragantino
Camilla Orlando, treinadora do Bragantino feminino — Foto: Divulgação/Red Bull Bragantino
Primeira mulher a dirigir uma equipe nacional no Oriente Médio, a técnica faz parte de uma nova geração que tem nomes como Jessica de Lima, Bia Vaz, Emily Lima e Tatiele Silveira - a quem acompanhou pela Licença PRO, no Colo-Colo. De mulheres que Camilla espera seguir o legado e também criar o próprio.
– Eu as uso como inspiração e espero também poder contribuir para que outras treinadoras possam se inspirar. Tento fortalecer sempre o lado de estudar, conectar o lado que a nossa experiência como ex-atleta, como treinadora de vários ambientes fortalece a gente – explica.
"O EUA me fortaleceu muito sobre uma mentalidade vencedora", afirma Camilla Orlando
Estudar, conversar, debater sistemas de tática, estratégia, ler sobre liderança, seres humanos, são questões que fazem a diferença para a treinadora.
- Tenho consciência de que vou ter que seguir estudando cada vez mais a medida que as coisas vão ficando do nível que está agora, de estar em um clube desse tamanho como o Palmeiras - diz a técnica.
– Eu espero poder, um dia, contribuir e fazer com que a história do futebol feminino seja tão grandiosa quanto a história do masculino. Acho que meu sonho está sendo agora, está acontecendo nesse momento.
Camilla Orlando assume time feminino do Palmeiras — Foto: TV Palmeiras
Camilla Orlando assume time feminino do Palmeiras — Foto: TV Palmeiras
Veja outros trechos da entrevista
"Acho que tenho que pensar passo a passo. Primeiro preciso chegar no clube e construir isso com o elenco, entender e realmente balizar as expectativas, o processo e o tempo. Para que a gente possa fazer o nosso melhor. E que o nosso melhor realmente renda resultados positivos, que a gente possa fazer grandes jogos."
"Não é fácil jogar contra grandes equipes, principalmente o Corinthians pela equipe que é. Mas o Palmeiras tem um grande elenco, eu espero contribuir e fortalecer para que a gente brigue mais forte contra o Corinthians."
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– Eu busco sempre aprender com as atletas, com o processo e com o momento. Então tenho certeza de que sempre vai ser um momento de muito aprendizado. Atletas que já foram campeãs brasileiras, que já disputaram campeonatos internacionais, Copa, Libertadores. Elas têm muito a contribuir até para o meu desenvolvimento. Espero poder potencializar cada uma delas e fazer com que a gente siga crescendo.
– Sem dúvida nenhuma, comandar uma equipe desse nível é um desafio, mas para isso que eu venho me preparando, para esse tipo de desafio.
– Isso me incentiva muito, estou muito animada para estar com elas no dia a dia e tenho certeza de que vou contribuir com o desenvolvimento delas, mas elas vão contribuir com o meu desenvolvimento também.
RELEMBRE - GEDF: Entrevista, Camilla Orlando, técnica do Real Brasília
– Foi uma experiência muito engrandecedora. Pessoalmente e profissionalmente, foi desafiador. É um contexto que a gente só estuda. Não tinha acesso a muitas pessoas. Hoje tem outras nacionalidades se fortalecendo por lá, mas foi muito legal visualizar como a mulher tem se desenvolvido por lá também. Como tem sido esse momento do futebol feminino no país. Minha primeira seleção é diferente, o planejamento, as metas, como lidar com as atletas. Apesar de ser uma seleção pequena, ainda tem um formato de seleção de data FIFA.
– Eu fiz faculdade e joguei lá, então é um país que é uma cultura esportiva muito forte. É onde o esporte realmente tem uma força muito grande dentro da sociedade e é conectado muito com a educação, então isso fortalece muito o desenvolvimento do país.
Camilla Orlando, técnica do Bragantino Feminino, na partida contra o Atlético-MG — Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino
Camilla Orlando, técnica do Bragantino Feminino, na partida contra o Atlético-MG — Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino
– Eles realmente me receberam muito bem. Eu espero poder retribuir da melhor forma possível. Eu acho que é muito estudo, muita garra. Acho que o hino do Palmeiras é um hino que me inspira também.
– Eu espero poder colocar o hino do Palmeiras em prática, no dia a dia. Uma equipe que sabe ser campeã, né? Como eu falei... O maior vencedor do futebol masculino, então eu espero realmente retribuir todo esse carinho da melhor forma possível. Tenho certeza que dedicação, raça, suor e garra, isso não vai faltar.
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Gol de Bia Zaneratto em Flamengo x Palmeiras, pelo Brasileiro Feminino — Foto: Nayra Halm / Staff Images
Gol de Bia Zaneratto em Flamengo x Palmeiras, pelo Brasileiro Feminino — Foto: Nayra Halm / Staff Images
– Estou vivendo um sonho. Acho que estar no Palmeiras é uma realização muito grande. Um dos maiores clubes do Brasil, o maior vencedor no futebol masculino. Eu espero poder, um dia, contribuir e fazer com que a história do futebol feminino seja tão grandiosa quanto a história do masculino.
– Já estou vivendo um sonho. Acho que não consigo pensar em outra coisa nesse momento a não ser o Palmeiras , a não ser disputar o Campeonato Brasileiro no Allianz Parque. Acho que meu sonho está sendo agora, está acontecendo agora, nesse momento.
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