Campeão paulista e brasileiro em 1993, o Verdão iniciou a temporada seguinte com um objetivo traçado: conquistar o inédito título da Copa Libertadores e estender sua hegemonia para o continente sul-americano. E essa meta ganhou contornos de realidade no dia 9 de março, quando o Alviverde recebeu o Boca Juniors-ARG e goleou por sonoros 6 a 1.
Era a primeira edição do torneio continental que aquele esquadrão comandado pelo técnico Wanderley Luxemburgo disputava. Os adversários do Grupo 2 eram, além do Boca, o Vélez Sarsfield-ARG e o Cruzeiro. A estreia havia sido uma semana antes: vitória palestrina sobre o rival de Minas Gerais por 2 a 0, com dois gols do atacante Edílson.
O adversário da segunda rodada foi o Boca, que tinha o goleiro Montoya, o volante Mancuso (que seria contratado pelo clube em 1995) e o atacante Martinez entre os destaques. O duelo foi no Estádio Palestra Italia, abarrotado por 19 mil pessoas, e o Palmeiras, como era de praxe à época, sobrou em campo. O placar final, construído muito pela maestria e inspiração do volante Mazinho, apontou 6 a 1 para o Verdão - gols de Cléber, Roberto Carlos, Edílson, Evair (duas vezes) e Jean Carlo. Essa é até hoje a maior goleada sofrida pelos xeneízes, seis vezes campeões da Libertadores, na história da competição.
O ex-camisa 8 alviverde, protagonista daquela noite, relembrou, em entrevista para o Site Oficial, a histórica partida. “Tudo saiu perfeito. Aconteceu tudo dentro do que a gente tinha programado. Deu tudo certo para a gente. Se a gente chutasse torto, a bola entrava naquele dia (risos). O Boca já era um velho conhecido por todos os times brasileiros, era uma equipe fortíssima e que viera com grande expectativa também. Mas não deu. A noite foi nossa seis vezes”, disse Mazinho. “Hoje eu relembro e tenho um orgulho enorme de ter participado daquele time, que era fantástico. Fico supercontente de estar recordando desse jogo agora”, emendou.
No entanto, o Verdão, que ainda na primeira fase goleou também o Vélez (que se sagraria campeão ao fim do torneio) por 4 a 1, parou nas oitavas de final depois de um empate por 0 a 0 no Palestra Italia e uma derrota por 2 a 1 no Morumbi para o São Paulo. “Tínhamos tudo para ir mais longe. Mas, infelizmente, fomos eliminados nas oitavas. Foi uma pena. Enfim, procuramos fazer o nosso melhor”, concluiu Mazinho, vendido ao Valencia-ESP no meio do ano (após o bicampeonato paulista).
Ficha técnica:
PALMEIRAS 6 X 1 BOCA JUNIORS-ARG
Data: 09/03/1994 (quarta-feira)
Local: Estádio Palestra Italia
Árbitro: Juan Francisco Escobar (PAR)
Público: 18.875 pagantes
Palmeiras: Sérgio; Cláudio, Antônio Carlos, Cléber e Roberto Carlos; César Sampaio (Tonhão), Amaral, Mazinho (Jean Carlo) e Zinho; Edílson e Evair.
Técnico: Wanderley Luxemburgo
Boca Juniors-ARG: Montoya; Soñora, Noriega, Giuntini e MacAllister; Peralta, Mancuso, Márcico e Carranza; Martinez e Da Silva (Acosta).
Técnico: César Menotti
Gols: PALMEIRAS: Cléber, aos 15 minutos do primeiro tempo; Roberto Carlos, aos seis, Edílson, aos nove, Evair, aos 20 (pênalti) e aos 26, e Jean Carlo, aos 33 minutos do segundo tempo. BOCA: Martinez (pênalti), aos 34 minutos do segundo tempo.
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