Entre as rodadas 16 e 34, o desempenho do Palmeiras foi pífio, patético
Após a 15ª rodada do Brasileirão, quando goleamos o Vasco em São Januário por 4 a 1, tínhamos escalado a tabela e alcançado o terceiro posto, a apenas quatro pontos do líder Atlético-MG e a dois do SCCP. Havia uma enorme euforia pela recuperação, após um início ruim que causou a demissão de Oswaldo de Oliveira, quando perdemos pontos tolos. Na rodada seguinte, perdemos Gabriel durante a partida contra o Atlético-PR; acabamos derrotados em casa e um furacão muito pior que o time paranaense se abateu sobre o Verdão.
Nestas dezenove rodadas, o Palmeiras teve desempenho de time rebaixado. Notem, estamos falando de um turno completo. Enquanto neste período o SCCP amealhou (com alguma ajuda da turma de preto) nada menos que 46 pontos, o Palmeiras conseguiu apenas 20.
Não existe palmeirense no mundo que esteja satisfeito, hoje, com o trabalho de Marcelo Oliveira. O time armado no início do ano por Oswaldo tinha alguns problemas, que pareceram ter sido rapidamente solucionados pelo atual treinador. Bastou uma baixa no meio-campo e tudo inacreditavelmente caiu por terra.
Como sempre, teorias mirabolantes pipocam nas redes sociais para explicar a queda de rendimento. Algumas são realmente criativas, mas a maioria segue o lugar-comum e fala em “grupo rachado” ou “estão querendo derrubar o treinador”. Não que isso não exista no futebol, mas neste caso parece muito mais uma trivial incompetência futebolística envolvendo técnico e elenco, que não souberam se adaptar a uma situação nova.
Há algumas semanas, pontuei neste blog que o maior reforço que o Palmeiras poderia ter para a próxima temporada era a manutenção da base. Com Marcelo Oliveira já conhecendo o elenco, a tendência, com dois ou três reforços no time titular, seria de pular muito à frente dos concorrentes, que farão grandes reformulações, logo de cara. O conjunto seria nosso maior trunfo.
Resta saber se Marcelo um dia vai aprender a lidar com esta base. O ouvido da repórter do canal Premiere FC Fabíola Andrade flagrou, durante a transmissão, nosso treinador desabafando com seu auxiliar que “não sabia mais o que fazer” para que o time reagisse. No intervalo, mandou Kelvin a campo e recomendou o clássico “vai pra cima deles”. Obviamente, não funcionou.
Este parece ser o dilema da diretoria palmeirense para 2016: com paciência, apostar na manutenção de um técnico comprovadamente competente e vencedor e confiar que seu conhecimento prévio do grupo, reforçado por duas ou três peças qualificadas, será no longo prazo o diferencial que não tivemos este ano; ou admitir que o atual treinador não conseguiu e nem conseguirá a química necessária com este grupo e que apostar nele será como dar murro em ponta de faca, jogando por terra, logo na largada, mais um ano.
Infelizmente, ao que tudo indica, esse dilema será resolvido da forma mais cômoda: pelo resultado da Copa do Brasil, num mata-mata, quando a consistência de um time é o fator menos relevante. Como se uma moedinha fosse jogada para o alto: se for campeão, Marcelo terá provado seu valor e ficará; se perder, não serve e será dispensado.
Se esta decisão estivesse em suas mãos, o que você faria?
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