'Mattos' da base, camisa 10 e radar de 1.500 km: como o Palmeiras desafia o Real Madrid

O time sub-17 do Palmeiras virou sensação no Mundial da categoria



Em meio a mais de dois mil atletas, Caio Cezar se sobressaiu e foi um dos nomes que chamou a atenção na Copa Rede Ball, disputada em Barreiras, região Oeste da Bahia, na metade do ano passado. Até então, o meio-campista defendia ainda a escolinha local Craques do Futuro e um futuro a mais de 1.000 km dali soava como sonho distante. Uma ligação, no entanto, mudou o seu destino.



Do outro lado, João Paulo Sampaio, coordenador da base do Palmeiras, em linha direta com Joãozinho, coordenador do projeto em Santa Rita de Cássia.



E foi, assim, que, ainda em setembro daquele ano, Caio desembarcava na Academia de Futebol II.



Nesta quarta-feira, ele carregará a camisa 10 da garotada alviverde que enfrentará o Real Madrid pelo título mundial sub-17, em Madri, a partir das 13h (de Brasília).



Ao todo, o maestro palmeirense foi responsável por dois dos 16 gols marcados nos quatro jogos em sua caminhada até a decisão. Com 100% de aproveitamento, a equipe colhe os frutos de sua agressividade no mercado.



A exemplo do que acontece no profissional com Alexandre Mattos, a filosofia é repetida na base com Sampaio.



Ex-Vitória, ele foi trazido para substituir Erasmo Damiani, hoje na CBF, e estabeleceu uma rede de contatos que lhe permitiu 'fisgar' promessas como Caio Cezar a mais de 1.500 km de distância e superar a concorrência de Grêmio, Cruzeiro e outros para contratá-las.



"Existem casos como o de (Matheus) Barbosa, que veio do Desportivo Brasil, e Vitor Eduardo (zagueiro), que fomos atrás no PSTC, mais próximos daqui. Ainda completam o nosso elenco outros como o Alan (Guimarães), revelação do futsal do próprio Palmeiras", afirma João Paulo Sampaio ao ESPN.com.br.



Os resultados estão vindo: até aqui, foram 15 convocações para as seleções de base nesta temporada, convites para atuar na França, na China e no Japão e assédio europeu.



Segundo apurado pela reportagem, Caio Cezar é monitorado pelo Manchester City, por exemplo.



"É como dizem: quando o jardim está sendo cuidado, as borboletas vêm", brinca Sampaio.



"O assédio sempre existe, mas, como diz o presidente Paulo Nobre, a base do Palmeiras tem de fazer jogador para o Palmeiras. Depois que se tornar ídolo do clube, a gente pode vender. A nossa grande sacada foi promover o técnico Artur Itiro para o sub-17 no fim do ano. É um cara de futuro, novo e capacidade enorme", completa.



O caminho para novos Gabriel Jesus, Matheus Sales e Thiago Martins está sendo pavimentado.



São Paulo e Corinthians conquistaram o mesmo título anteriormente, também na Espanha.

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