Balancete do Palmeiras cita superávit de R$ 25,4 milhões no ano; já cofistas calculam déficit de R$ 18 milhões

Paulo Nobre já colocou mais de R$ 210 milhões nos cofres do Verdão desde 2013



A situação financeira do Palmeiras em 2016 se tornou um grande mistério. Nesta semana, a diretoria apresentou aos membros do COF (Conselho de Orientação Fiscal) o balancete de abril e os resultados acumulados dos quatro primeiros meses do ano. No papel, o Verdão teve superávit de R$ 25,4 milhões, sendo R$ 6,2 milhões apenas em abril.



Mas o entendimento dos cofistas é bem diferente. “Esses números que a diretoria divulga são irreais. Trata-se de uma manobra contábil para mostrar que as coisas estão bem. Na realidade, o Palmeiras têm tido um déficit mensal de aproximadamente R$ 4,5 milhões”, avalia um ex-presidente alviverde, que integra o COF.



Um exemplo que ajuda a entender as diferenças entre as versões tem a ver com as contratações do zagueiro Mina e do atacante Roger Guedes. O colombiano custou R$ 13 milhões, enquanto o brasileiro, R$ 2,2 milhões. Os R$ 15,2 milhões não saíram do caixa do clube, mas do bolso do presidente Paulo Nobre. “E não há essa distinção no lançamento das contratações na contabilidade”, justifica o dirigente.



De acordo com o balancete, o futebol é o grande responsável pelo bom resultado financeiro no ano, já que gerou R$ 124,3 milhões de receita, contra R$ 100,2 milhões de despesas, com lucro de R$ 24,1 milhões. Até o clube social, que costuma onerar os cofres, tem fechado no azul. Os esportes não profissionais são a maior preocupação, já que quase não apresentam receitas e causaram prejuízo superior a R$ 1 milhão (confira os números abaixo).



Nas últimas duas reuniões do COF, Paulo Nobre foi criticado por cofistas em relação aos gastos considerados exagerados. Mustafá Contursi e um dos maiores defensores da tese de que tem se gastado demais, principalmente com o departamento de futebol profissional. A folha salarial alviverde supera R$ 8,5 milhões e é a mais alta entre os clubes grandes de São Paulo.



NÚMEROS DO PALMEIRAS DE JANEIRO A ABRIL:



- Departamento de futebol:

Receita: R$ 124,3 milhões

Despesa: R$ 100,2 milhões

Resultado: R$ 24,1 milhões



- Clube social:

Receita: R$ 17,2 milhões

Despesa: R$ 14,8 milhões

Resultado: R$ 2,4 milhões



- Esportes não profissionais:

Receita: R$ 0,005 milhão

Despesa: R$ 1,079 milhão

Resultado: - R$ 1,074 milhão