Desde 1917, Palmeiras e Corinthians travam uma das maiores rivalidades do futebol mundial. A partida, que para a cidade de São Paulo e mexe com a emoção de milhões de torcedores, conta com diversos heróis de ambos os lados. E também alguns vilões.
Em vantagem no confronto geral diante do maior rival, os alviverdes se orgulham dos números positivos e de feitos históricos no clássico. Além de conquistar taças importantes ao longo dos 97 anos do Dérbi, o Palmeiras foi determinante para marcar negativamente o currículo de grandes ídolos corintianos.
Rivelino arrisca chute na final de 1974; Verdão venceu, e "Reizinho" deixou o Timão (Foto: Arquivo / Agência Estado)
Em 1974, os dois clubes decidiram o Campeonato Paulista. De um lado, a segunda Academia palmeirense, comandada por Osvaldo Brandão e empolgada com os recentes títulos. Do outro, uma equipe corintiana pressionada por um jejum de 20 anos sem título, mas confiante na estrela do craque Rivellino, o "Reizinho do Parque".
Depois de um empate em 1 a 1 no primeiro confronto, disputado no Pacaembu, o Morumbi se pintou de preto e branco e se preparou para ver o tão esperado título. Mas, para frustração da grande maioria dos mais de 120 mil torcedores presentes no estádio, no dia 22 de dezembro, o Palmeiras venceu por 1 a 0 e manteve o rival na fila por mais tempo.
Decepcionados com mais uma derrota, torcedores e dirigentes do Corinthians começaram campanha contra Rivellino. Para piorar, a jogada do gol de Ronaldo na segunda decisão se iniciou após o meia corintiano perder a posse de bola em uma dividida com Luis Pereira. A pressão foi tanta que o presidente Vicente Matheus resolveu negociar o então xodó da Fiel com o Fluminense.
Marcos defende pênalti e "expulsa" Marcelinho do Corinthians (Foto: Agência Estado)
Três décadas depois, um grande triunfo palmeirense fez uma vítima no Timão. Considerado um dos maiores ídolos da história alvinegra, Marcelinho Carioca foi o responsável pela quinta e última cobrança dos corintianos na semifinal da Taça Libertadores da América de 2000. Antes do meia, cinco alviverdes e quatro alvinegros haviam marcado, mas o 100% de aproveitamento foi interrompido no último chute.
Marcelinho Carioca, no jogo entre Corinthians e Palmeiras, em 2000 (Foto: Arquivo / Ag. Estado
A histórica defesa de Marcos no canto direito, naquele dia 6 de junho, não apenas colocou o Palmeiras na decisão da competição continental como iniciou uma crise entre Marcelinho e a torcida corintiana.
Naquela noite, o jogador teve de deixar o Morumbi escoltado por seguranças, que tiveram muito trabalho para conter a ira dos alvinegros. A eliminação pelo segundo ano consecutivo para o maior rival na Libertadores iniciou o fim do caso de amor entre o jogador e a Fiel, algo que se confirmaria meses depois, no início de 2001, quando o clima já estava insustentável.
Mas Marcelinho Carioca não foi a única vítima do Palmeiras e de Marcos naquelas duas edições da competição continental. Depois de não participar das cobranças de pênaltis contra o maior rival nos anos de 1999 e 2000 - ambas vencidas pelo Verdão -, Edilson foi acusado de omissão pela Fiel. E o Parque São Jorge foi invadido por torcedores dias depois da eliminação de 2000.
Jogadores do Corinthians lamentam derrota para o Palmeiras nos pênaltis, em 2000 (Foto: Arquivo / Agência Estado)
Além de Marcelinho, Edilson e Vampeta foram cercados por torcedores no estacionamento da casa alvinegra. O resultado disso foi quase que imediato: Edilson deixou o clube rumo ao Flamengo, e Vampeta foi negociado com o Inter de Milão. Vale lembrar que o Capetinha se recusou a bater pênaltis na partida contra o Palmeiras, mas depois virou batedor oficial no Fla.
Com 125 vitórias em 324 jogos no clássico (foram também 107 empates e 120 triunfos do Timão), o Palmeiras tenta neste domingo manter sua rotina de sucessos e, no primeiro encontro entre os dois na Arena Corinthians, causar uma nova crise no novo rival.
Os novos candidatos a heróis e vilões entram em campo em Itaquera, às 16h, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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